Elogiada na avenida, União Imperial terminou em 7º lugar no Carnaval / Anderson Bianchi/PMS
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O Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba União Imperial anunciou o rompimento com a Liga Cultural das Escolas de Samba de Santos (LICESS). A agremiação do bairro do Marapé emitiu um comunicado, ontem, em sua página oficial no Facebook.
O desligamento é imediato e em caráter irrevogável do quadro da Liga. O presidente da Verde-Rosa, Francisco Carlos dos Santos, o Pitico, explicou que a decisão foi tomada ontem e teve como principal motivação a escolha da comissão julgadora dos desfiles e o posterior resultado.
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“Com a indignação do resultados, nos reunimos na parte da noite com a diretoria e tomamos essa decisão. Por conta até do que aconteceu e vocês acompanharam, com tumulto e brigas. Mas o principal foi o resultado. Foi uma indignação geral”.
A União Imperial se viu lesada e desrespeitada com o resultado da apuração. Apesar de ser bem recepcionada na Passarela Dráusio da Cruz e elogiada pelo público, a escola terminou na 7ª colocação, 3.3 pontos atrás da campeã, a Unidos dos Morros, e 0.9 pontos à frente da Mocidade Dependente, primeira agremiação rebaixada.
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Em seu comunicado, a Verde-Rosa reforçou as críticas à contratação do corpo de jurados responsável pela avaliação do Carnaval santista. A comissão julgadora veio do Rio de Janeiro e, segundo a escola, realizou uma avaliação “absolutamente díspar, que contraria a opinião de todos aqueles que estiveram na Passarela do Samba”.
Pitico comentou os rumores de manipulação de resultados no Carnaval santista. A história veio a público ainda durante a apuração, sendo revelada pelo presidente da Mocidade Amazonense, Jair José, o Babão.
“Eu tenho que falar isso de maneira comedida porque houve, sim. Quando o pessoal já estava dentro do teatro falaram realmente que haviam ligado do Rio de Janeiro e que já tinham o primeiro e o segundo lugares. Citaram o Morro e a Padre Paulo. Eu dei risada, achei que era brincadeira. No terceiro ou quarto quesito, o pessoal da Amazonense começou a gritar palavra de ordem confirmando o resultado da primeira e da segunda colocada. Eu não tenho como provar que realmente ocorreu isso. Isso é crime, teria que provar judicialmente. Mas muita gente ouviu isso bem antes”.
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O presidente da União Imperial rebateu o secretário-adjunto de Cultura de Santos, Rafael Leal, que classificou as suspeitas de manipulação como falácias.
“Ele está dizendo que estamos com conjecturas, que estamos mentindo e inventando. Com conversa de perdedor. Não seria isso. Porque eu tiro a União, mas eu pego uma Amazonense, com o Carnaval que fez, ficar na colocação que ficou. A X-9 com mais de 70 anos de Carnaval, com o que apresentou na avenida, não entrar nem no grupo das quatro. Fica um negócio de duvidar. Vai ficar no ar se é verdade ou não e cabe a alguém provar”.
No comunicado, a União Imperial pregou o respeito por todas as agremiações e ressaltou que “jamais cometeria o erro de se colocar como única merecedora do título. Mas sabe a exata dimensão do Carnaval que realizou e gostaria, apenas, de ser julgada de maneira justa”.
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Pitico também destacou que o rompimento com a Liga não impede que a escola vá para a avenida em 2017.
“Não necessariamente precisamos fazer parte da Liga para desfilar. Toda a documentação quando se vai desfilar, a preparação é direto com a Secretaria de Cultura. É ela quem paga o cachê, quem recebe a documentação referente à fiscalização dos carros alegóricos e parte de engenharia. A verba vem pela Prefeitura através da Secretaria de Cultura. Nada passa pela Liga. A Liga oferece camiseta, um evento ou outro. Então, em nada atrapalha a gente continuar fazendo o Carnaval em Santos. Teremos uma reunião com o departamento jurídico nosso. Vamos ver de que forma daremos continuidade no Carnaval, se desfilaremos de modo oficial ou hors-concours. Manda quem paga e quem paga é a Secretaria de Cultura. Nada depende da Liga. A desfiliação não nos causa prejuízo nenhum”.
O presidente da União Imperial disse que recebeu apoio dos presidentes da X-9 e da Mocidade Amazonense, que também manifestaram a intenção de se desligar da LICESS. Ele lamentou que fato cause o enfraquecimento da entidade. “Não queria que a Liga se enfraquecesse por conta disso, mas caminha pra esse desfecho”.
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Posição da secretaria
Em nota, a Secretaria de Cultura disse que a contratação dos jurados para o Carnaval de Santos e o sorteio da ordem dos desfiles são responsabilidade da Liga Independente Cultural das Escolas de Samba de Santos (LICESS). Todo o processo é documentado.
Sobre os boatos de fraude na apuração, em caso de prova ou evidência, os fatos serão apurados pela secretaria e pelos órgãos competentes.
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A secretaria também apontou que o desligamento da União Imperial da Liga Independente Cultural das Escolas de Samba de Santos (Licess) é um assunto a ser tratado entre a escola e a entidade e ressaltou que o fato não impede a participação da agremiação nos desfiles de Santos em 2017.