Cotidiano

Unesp terá 'radar dos radares' e uso de IA na previsão de eventos extremos

A unidade terá foco na aplicação de tecnologias digitais e ferramentas de Inteligência Artificial para enfrentar eventos climáticos de alta intensidade

Jeferson Marques

Publicado em 23/11/2025 às 00:10

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A proposta também inclui a criação de uma plataforma inteligente, sustentada por IA, para reunir em um único ambiente todos os registros imagens e textos captados por radares meteorológicos / Divulgação/Governo de SP

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A Unesp inaugurará, em Bauru, o Centro Paulista de Integração de Dados para Monitoramento de Eventos Extremos (CEPEX), um dos quatro novos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) financiados pela Fapesp.

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A unidade terá foco na aplicação de tecnologias digitais e ferramentas de Inteligência Artificial para enfrentar eventos climáticos de alta intensidade. O financiamento será de cinco anos e integra câmpus de São Paulo, Botucatu, Bauru e Tupã.

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Coordenador do novo centro e docente da Faculdade de Ciências da Unesp em Bauru, João Paulo Papa destaca o impacto social do projeto.

“Uma das coisas que nos deixou mais alegres é essa possibilidade de prover um serviço para o Estado de São Paulo, que poderá ser estendido depois para qualquer outra parte do país”, afirma. “Entendemos isso como uma responsabilidade muito grande e esperamos poder contribuir da melhor maneira possível.”

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O CEPEX desenvolverá um sistema avançado que centralizará dados visuais e textuais de radares meteorológicos, com o objetivo de aprimorar a previsão de eventos extremos.

“A ideia é utilizar ferramentas de IA para fazer manipulações e processamento de dados de radares meteorológicos e alimentar o sistema da Defesa Civil do estado de São Paulo com informações que facilitem a tomada de decisões posteriormente”, explica Papa.

A iniciativa terá apoio fundamental do Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp (IPMet), responsável pela integração dos radares meteorológicos paulistas e reconhecido como referência nacional.

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Os dados fornecidos pelo IPMet alimentarão algoritmos capazes de gerar aplicações como previsão de desmoronamentos e definição de rotas de fuga. O instituto também servirá como sede inicial do centro.

“A ideia é munir meteorologistas, profissionais e, principalmente, a Defesa Civil com informações. A centralização vai resultar em uma visão melhor do que está acontecendo”, afirma.

O projeto também terá forte dimensão acadêmica, incentivando pesquisas e ampliando o uso de IA entre estudantes de meteorologia. “Não estamos muito preocupados que o meteorologista saiba a fundo como programar. Queremos que ele entenda o potencial da IA, e o que ela pode ou não fazer”, diz o pesquisador.

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Dos R$ 18 milhões destinados ao CEPEX pela Fapesp, metade será aplicada em bolsas para alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. O restante será investido em equipamentos como radares, supercomputadores, geradores e nobreaks. “Gastaremos em bolsas e equipamentos”, reforça Papa.

O coordenador também projeta a criação de um aplicativo para levar informações precisas diretamente ao público. “O que vai nos limitar não serão as ideias, serão os dados. Se tivermos dados para todas essas aplicações, a expectativa é que consigamos, sim, endereçar esses problemas”, conclui.

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