Cotidiano

Uma das maiores reservas de petróleo do mundo fica aqui perto, mas não é aproveitada

País vizinho do Brasil possui mais petróleo do que a Arábia Saudita, mas produz 12 vezes menos

Luna Almeida

Publicado em 25/11/2025 às 07:20

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O óleo precisa ser misturado com petróleo mais leve antes de ser comercializad / Pexels/Life Of Pix

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A América Latina abriga um dos maiores tesouros energéticos do planeta, mas pouco consegue transformá-lo em riqueza. Apesar de possuir reservas superiores às da Arábia Saudita, a Venezuela enfrenta um declínio drástico na produção de petróleo, resultado de décadas de instabilidade, falta de investimentos e desafios tecnológicos.

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Os números chamam atenção: o Cinturão Petrolífero do Orinoco reúne cerca de 300,8 bilhões de barris, colocando o país à frente dos sauditas, que somam 267 bilhões. 

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Ainda assim, a produção venezuelana despencou e hoje é 12 vezes menor do que poderia ser, mantendo o país distante das primeiras posições no ranking mundial.

O tamanho da reserva e o declínio produtivo

As reservas do Orinoco superam a concorrência em 34 bilhões de barris, reforçando o potencial bruto da região. 

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No auge, a Venezuela chegou a produzir cerca de 3 milhões de barris por dia. Atualmente, o número não ultrapassa 770 mil barris diários, empurrando o país para a 21ª posição entre os maiores produtores, atrás de vizinhos como Colômbia, México e Brasil.

O principal obstáculo está na característica do petróleo venezuelano. Diferentemente do óleo leve mais comum no Oriente Médio, o petróleo pesado do Orinoco é altamente viscoso, tem baixo teor de gás e exige processos específicos, caros e complexos para ser extraído e refinado.

Por que é tão difícil explorar o petróleo do Orinoco

Relatórios técnicos apontam que o petróleo extrapesado da Venezuela demanda métodos não convencionais, como injeção de vapor e uso de diluentes para facilitar o transporte. 

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O óleo precisa ser misturado com petróleo mais leve antes de ser comercializado, o que reduz drasticamente a margem de lucro e torna a produção menos atraente.

Esse cenário se agravou ao longo dos anos devido à deterioração da infraestrutura da PDVSA e à falta de manutenção adequada. A combinação entre custos altos, crise econômica, corrupção e isolamento internacional deixou a indústria petrolífera venezuelana em estado crítico.

Interferência internacional e esperança limitada

Nos últimos meses, os Estados Unidos suspenderam temporariamente sanções sobre petróleo, gás e ouro venezuelanos. A medida reabriu espaço para o interesse de empresas estrangeiras, que passaram a buscar licenças para investir na Faixa Petrolífera do Orinoco.

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A flexibilização demonstrou que a retomada produtiva depende diretamente de ajuda externa e de modernização urgente das instalações. 

No entanto, a permanência das sanções como instrumento de pressão sobre o governo de Nicolás Maduro e a instabilidade política pós-eleições de 2024 mantêm o futuro da produção em situação incerta.

Mesmo diante de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela segue distante da capacidade total de exploração, demonstrando o alto contraste entre seu potencial geológico e sua realidade econômica.

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