Cotidiano
Projeto bilionário que promete ligar Santos e Guarujá por baixo do estuário avança para a fase final; contrato deve ser assinado até janeiro e obras começam entre 2026 e 2027
O túnel SantosGuarujá é uma das obras de infraestrutura mais esperadas da Baixada Santista, orçada em R$ 6,8 bilhões / Divulgação/GovernoSP
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O contrato entre o Governo do Estado de São Paulo e a construtora Mota-Engil, vencedora do leilão para a construção do túnel imerso Santos–Guarujá, deve ser assinado entre 15 de dezembro deste ano e 15 de janeiro de 2026, conforme informações apuradas pelo jornal A Tribuna e confirmadas por autoridades regionais.
De acordo com representantes da empresa portuguesa, as obras devem começar entre o fim de 2026 e o início de 2027, um pequeno atraso em relação à expectativa inicial do Estado, que previa o início das intervenções no começo do próximo ano.
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O túnel Santos–Guarujá é uma das obras de infraestrutura mais esperadas da Baixada Santista, orçada em R$ 6,8 bilhões. Desse total, R$ 5,14 bilhões serão financiados em partes iguais pela União e pelo Governo Paulista, dentro de um modelo de parceria público-privada (PPP).
Em nota, a Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI) informou que o projeto segue dentro do cronograma oficial. A pasta confirmou que a fase recursal já foi encerrada sem contestações, e o processo avança agora para homologação e adjudicação, etapas que precedem a assinatura formal do contrato.
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'O Governo do Estado mantém diálogo permanente com os órgãos e entidades envolvidos para garantir transparência e previsibilidade em todas as etapas do projeto', destacou a SPI.
Na última semana, a Mota-Engil apresentou detalhes preliminares do projeto em uma reunião realizada na sede da Autoridade Portuária de Santos (APS). O encontro contou com a presença do presidente da APS, Anderson Pomini, e dos prefeitos de Guarujá, Farid Madi (Podemos), e de Santos, Rogério Santos (Republicanos).
Segundo a APS, o espaço foi cedido para facilitar a troca de informações com o Comitê Regional Permanente de Monitoramento de Impactos Ambientais, criado para acompanhar o andamento das obras e seus efeitos socioambientais.
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Nenhum representante do Governo Estadual participou da reunião.
Durante o encontro, o prefeito de Guarujá, Farid Madi, pediu que a concessionária priorize a contratação de trabalhadores locais e ofereça cursos de qualificação profissional voltados à população da cidade.
'Estamos atentos para mitigar os impactos estruturais e sociais que surgirão até o final do projeto', afirmou Madi, confirmando que o canteiro de obras será instalado em Vicente de Carvalho, em área ainda a ser definida.
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A Prefeitura de Santos, por sua vez, reforçou a importância da capacitação de mão de obra regional e da minimização dos impactos urbanos, principalmente no tráfego de caminhões e nas desapropriações de áreas próximas ao traçado do túnel.
'Solicitamos soluções que preservem a qualidade ambiental e a vida dos moradores do entorno', destacou a administração santista.
O presidente da APS, Anderson Pomini, revelou que uma área sob o Linhão, em Vicente de Carvalho — pertencente ao Porto de Santos — é considerada ideal para a construção do dique seco, estrutura necessária para a fabricação dos blocos do túnel.
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'É o que indicam os estudos, mas a empresa concessionária dará a palavra final. Ela pode sugerir outra área, desde que respeite o orçamento', explicou Pomini.
A Mota-Engil venceu o leilão realizado na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) em 5 de setembro, ao oferecer um desconto de 0,5% sobre o valor da contraprestação pública máxima, fixada em R$ 438,4 milhões mensais.
O contrato prevê a construção, operação e exploração da travessia por 30 anos.
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Quando concluído, o túnel Santos–Guarujá será a primeira ligação seca entre as duas margens do estuário, conectando o porto de Santos ao distrito de Vicente de Carvalho. O empreendimento promete reduzir o tempo de travessia, aliviar o tráfego de balsas e integrar ainda mais as cidades da região metropolitana.
A expectativa é que a obra gere milhares de empregos diretos e indiretos, impulsione o desenvolvimento econômico local e marque um novo capítulo na mobilidade e infraestrutura da Baixada Santista.