Registro foi feito em março de 2024, mas divulgado apenas recentemente / Albert kok/Wikimedia Commons
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Tubarões-limão (Negaprion brevirostris) foram flagrados predando uma espécie invasora pela primeira vez por pesquisadores apoiados pela Fapesp. O registro foi realizado em março de 2024, na baía do Sueste, um ponto de alimentação de tubarões no arquipélago de Fernando de Noronha (PE).
A ação chamou a atenção e o fato de a baía do Sueste ser uma entrada do mar na terra, por conta da água salgada, enquanto o peixe-jaguar é de água doce. Porém, o local recebe aportes de água doce de um manguezal próximo após chuvas fortes.
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Introduzido em Fernando de Noronha, provavelmente para a produção de proteína animal, o peixe-jaguar aguenta até um certo grau de salinidade, mas pode se tornar estressado a partir de determinado patamar.
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Na ocasião, os pesquisadores notaram um nado errático, o que fez com que eles fossem devorados pelos tubarões com mais facilidade.
Além dessa dificuldade, estudos de outros grupos já haviam demonstrado que salinidades superiores a 25 psu (unidade prática de salinidade) provocam aumento da frequência cardíaca nos peixes-jaguar. Na região da baía do Sueste, a salinidade pode chegar a 32 psu.
Considerado um local para alimentação de tubarões-tigre (Galeocerdo cuvier), o espaço conta com águas rasas, quentes e turvas, o que levou os turistas a sofrerem vários acidentes. Logo, o banho e mergulhos ficaram proibidos na região.
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Neste local, os filhotes de tubarão-limão ficam até um ano na baía depois que nascem, em profundidades de 1 a 6 metros, antes de migrarem para o mar aberto.
Essa ação faz com que eles evitem ser devorados por adultos da própria espécie; tanto filhotes quanto adultos foram observados comendo os peixes-jaguar.