Cotidiano

Três mulheres e um mandato

O desafio é de Nilza Camillo, Moira Lázaro e Bruna Maria Lopes que resolveram se lançar, coletivamente, ao Senado Federal pela Rede Sustentabilidade

Folhapress

Publicado em 29/08/2018 às 11:02

Compartilhe:

Paulo Vilaça/DL

O desafio é de Nilza Camillo, Moira Lázaro e Bruna Maria Lopes que resolveram se lançar, coletivamente, ao Senado Federal pela Rede Sustentabilidade. E o número escolhido já mostra a ‘pegada’ que essas mulheres terão no Congresso Nacional, caso sejam eleitas pelos paulistas: 180, conhecido como o do Disque Denúncia. 

Nilza representará a Frente Favela Brasil, Moira o Interior do Estado e Bruna o Litoral Paulista. “A decisão de lançarmos uma candidatura coletiva vai muito ao encontro da proposta do partido, que defende tomadas de decisões de forma horizontal e de consenso coletivo. Também estamos envolvidas em potenciar e qualificar as candidaturas femininas em São Paulo”, afirma Moira, que será a foto que aparecerá na urna na hora do voto, com a legenda mandato ­coletivo.   

Segundo elas, o mandato será descentralizado e será a primeira vez que uma chapa será composta por 100% de mulheres no Senado. “Isso é histórico no País. Nunca três mulheres se juntaram para propor um mandato coletivo. Nilza e Bruna serão respectivamente ­primeira e segunda suplentes”, explica Bruna, já adiantando que o gabinete será compartilhado, assim como as futuras demandas. 

Elas explicam que várias pessoas também participarão do mandato. “Nosso gabinete será itinerante, porque queremos conversar com a pessoas sempre. Elas verão que mulheres, mães, podem fazer política e combater o machismo, a homofobia, racismo e qualquer tipo de discriminação”, afirma Moira, que alerta que, no Senado, vai apresentar propostas que visam rediscutir a reforma trabalhista, considerada injusta, e a questão previdenciária. “Infelizmente, na esfera federal, a Baixada não está sendo bem representada”, completa Bruna.

Suplência duvidosa

Moira, Nilza e Bruna alertam que, infelizmente, o sistema permite que suplentes financiem as campanhas para depois ocuparem as cadeiras. O titular se afasta para ocupar um cargo no Executivo e o suplente, que ninguém conhece, assume a cadeira. “Cerca de 20% deles ocupam hoje o senado. O suplente acaba não tendo o compromisso com a sociedade que o elegeu. Muitos colocam familiares na suplência. O Senado está caótico. Isso deveria acabar”, acredita Moira.          

Maria da Penha

Outras lutas do trio a abertura das delegacias da mulher nos finais de semana e feriados, em tornar a Lei Maria da Penha mais eficaz e a humanização das policiais. “Queremos discutir os problemas desde a raiz.

Não queremos apenas ferramentas de defesa e acolhimento da mulher, queremos discutir ações para tratar o agressor, para que esse homem não bata mais na mulher”, afirma Moira.    

“Somos sensíveis às pautas femininas, mas temos que ­discutir a licença paternidade como instrumento de ­igualdade”, afirma Bruna, reforçando que o lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na política. 

Elas percebem que existe discriminação com moradores das comunidades. “Não existe lazer nas favelas. Isso é muito ruim. Em Guarulhos, as crianças não têm onde brincar. Temos que trabalhar várias vertentes e desenvolver amplos projetos sociais visando a dignidade e a cidadania”, afirma Nilza.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Diário Mais

No dia dos avós, veja qual signo mima mais os netos

Confira como são os avós de cada signo do zodíaco

PARIS 2024

Confira a agenda do vôlei brasileiro nos Jogos Olímpicos de Paris

O time brasil está representado pelas duas categorias

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter