13 de Outubro de 2024 • 02:13
Na sala de sua humilde casa na Vila Natal, em Cubatão, G.M.O nem percebe a entrada da equipe de reportagem porque estava completamente entretido com a conversa mantida no Facebook pelo celular. Mais tarde, à Reportagem, ele reclama da autoridade da mãe, a dona de casa Sheila Melone de Santana, que o proíbe de ir à praia em Santos.
A rotina de G.M.O pode ser a mesma de milhares de adolescentes de sua idade. Porém, sua história é reservada a poucos. Por um dos vários momentos de insensatez que a vida proporciona, o menino perdeu a inocência e, junto com ela, o braço e a perna esquerda, dilacerados por um trem no final da tarde do dia 29 de outubro do ano passado. Ele ainda luta para superar o trauma.
O menino não estava só. Ele e um amigo tinham acabado de assistir uma partida de futebol num campo próximo à rodoviária da Cidade e, no caminho de volta para casa, viram que o trem trafegava devagar. Para testar seus limites, eles resolveram subir na composição que, segundos depois, passou a imprimir velocidade. Ambos ficaram com medo de pular.
Em cima do vagão, G.M.O foi atingido por um fio da rede de telefonia que estava presa ao viaduto sobre a linha férrea e caiu entre um vagão e outro. Ele ficou um bom tempo sangrando no chão até ser assistido por um parente. “Agora é outra vida, mas estou me adaptando e até voltando a andar. Se eu pudesse voltar atrás, jamais teria subido naquele trem”, afirma.
Mãe
“Eu não acreditei no que ocorreu com meu filho. Pensei que fosse brincadeira. Parece estranho, mas eu sempre o alertei sobre os perigos relacionados à linha de trem. Eu já entrei em contato com a empresa para buscar algum tipo de ajuda, mas até agora não fui atendida. No dia do acidente, outros meninos também estavam sobre o trem. Por isso, mais acidentes ocorrerão”, acredita Sheila.
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