26 de Abril de 2024 • 18:45
Cotidiano
A segunda parcela deve ser paga até hoje e é a oportunidade para consumidores inadimplentes eliminarem ou reduzirem o montante de uma dívida já assumida
O dinheiro da maioria já está comprometido: quitar dívidas / Rodrigo Montaldi/DL
O pagamento do 13º salário pode ser uma alternativa para quem precisa quitar as contas em atraso. A segunda parcela deve ser paga até hoje e é a oportunidade para consumidores inadimplentes eliminarem ou reduzirem o montante de uma dívida já assumida.
A reportagem do Diário do Litoral foi às ruas entrevistar os trabalhadores da região para saber como irão gastar o 13º salário. O dinheiro da maioria já está comprometido: quitar dívidas. As informações obtidas confirmam diversas pesquisas de final de ano, que demonstram o interesse de boa parte da população brasileira de começar o ano com tudo pago.
“Muitos consumidores que estão com as contas no vermelho podem ter a chance de dar um fim à inadimplência financeira Isso vai possibilitar às pessoas que têm contas acumuladas quitarem suas dívidas ou parte dela e evitar que paguem juros do cartão de crédito, por exemplo”, explica o professor de economia da Faculdade Mackenzie, Marcelo Anache.
Esse é o caso da faxineira Regina Gomes. “Vou usar para pagar minhas dívidas, mas pelo menos vou entrar o ano sem contas”, comenta.
De acordo com pesquisa da Boa Vista SCPC, 37% utilizarão a renda extra para quitar dívidas, o que representa uma queda de 19 pontos percentuais (p.p.) na comparação com 2016. Por outro lado, aumentou em 17 p.p. o número de consumidores que utilizará o 13º salário para poupar e pagar as contas atingindo a proporção de 46%.
“É comum que nesta época os consumidores tenham uma disposição maior de acertar as contas para entrar no próximo ano livre de dívidas. Os dados acabam se equilibrando. De um lado, a queda dos que pretendem quitar dívidas. De outro, o aumento do número daqueles que vão poupar e pagar contas”, afirma o economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife. Para ele, os consumidores estão mais precavidos e sabem que as contas do começo de ano pesam no orçamento.
Dessa forma, o que os números acima apontam como ‘poupar’ não seria para investimentos pessoais e sim para não se complicar com as contas de começo de ano.
A vendedora Evelyn Gonçalves não possui dívidas, mas vai usar o dinheiro extra para pagar as contas, que acabam aumentando no final de ano. “Antes de receber, o dinheiro já está comprometido”, brinca.
Apesar de a pesquisa apontar o pagamento de dívidas como principal uso para esse dinheiro extra, o 13º salário também ajuda o comércio. Segundo estimativa da CDL Santos-Praia, que está sempre em contato com o comércio da região, cada parcela do 13º salário injeta em torno de um bilhão de reais na economia da Baixada Santista.
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