Cotidiano
Com 98% das reservas mundiais, Brasil concentra riquezas de nióbio em Minas, Amazonas e Goiás, com potencial de exploração por séculos
98% de todas as reservas de niónio conhecidas no planeta estão concentradas em território brasileiro / Divulgação
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O Brasil guarda um tesouro que pode colocar o petróleo em segundo plano: o nióbio. O metal raro, estratégico e altamente valorizado pela indústria global, tem 98% de todas as reservas conhecidas no planeta concentradas em território brasileiro, especialmente em Minas Gerais, Amazonas e Goiás.
Segundo especialistas, a importância do nióbio supera a do pré-sal em termos de valor estratégico. Usado em pequenas quantidades para a produção de ligas metálicas, o elemento garante maior resistência, leveza e maleabilidade ao aço, sendo indispensável para setores como aeroespacial, eletrônico, automotivo, médico e energético.
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O município de Araxá (MG) abriga uma das maiores reservas em operação do planeta. Estima-se que sejam mais de 800 bilhões de toneladas de nióbio disponíveis, um montante capaz de sustentar a produção por mais de 100 anos — podendo se estender por até quatro séculos, de acordo com projeções de mercado.
Atualmente, a distribuição das reservas brasileiras está concentrada em Minas Gerais (75%), seguida pelo Amazonas (21%) e Goiás (3%), consolidando o país como líder absoluto na produção e exportação.
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O nióbio é encontrado em complexos carbonatíticos, formações rochosas ricas em minerais alcalinos. Suas aplicações vão muito além da metalurgia: está presente em supercondutores, turbinas de aeronaves, usinas nucleares, aparelhos médicos e até em tecnologias de ponta no setor de energia limpa.
Essa versatilidade torna o Brasil peça-chave no cenário econômico global, colocando suas reservas no radar de grandes potências. Países como Canadá, Austrália, Ruanda, Nigéria, Moçambique e Etiópia aparecem em seguida na lista de produtores, mas com participação muito inferior.
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Apesar do enorme potencial econômico, a exploração do nióbio levanta preocupações ambientais. Grande parte das jazidas está localizada em áreas de preservação ou territórios indígenas, exigindo processos rigorosos de licenciamento e relatórios de impacto ambiental.
Especialistas defendem que a exploração ocorra de maneira sustentável, garantindo respeito às comunidades locais, compensações justas e mitigação de danos ambientais. O cumprimento da legislação é essencial para que o Brasil transforme o potencial do nióbio em riqueza de longo prazo, sem comprometer o futuro de seus ecossistemas.