A nova unidade do Roldão, anunciada como a maior do país, deve gerar cerca de 300 empregos diretos / Divulgação
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Um terreno de 22 mil m² no bairro Jóquei Clube, em São Vicente, se tornou o centro de uma disputa judicial que expôs uma operação milionária cercada de questionamentos.
A área, onde está prevista a instalação da maior unidade do Roldão Atacadista do Brasil, foi vendida pelo Jockey Club por R$ 11,4 milhões, valor bem abaixo da avaliação oficial da Prefeitura, de R$ 14,6 milhões, e muito distante da estimativa de mercado, que poderia chegar a R$ 100 milhões.
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A venda acabou nas mãos de um fundo de investimentos administrado pela gestora Reag, alvo da Operação Carbono Oculto, que apura suspeitas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
O episódio gerou reação de sócios do Jockey, que acionaram a Justiça alegando dilapidação de patrimônio e pedindo a indisponibilidade dos bens da entidade.
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O contrato de venda aponta que o terreno foi adquirido por uma empresa criada apenas um mês antes da transação e, no mesmo dia, repassado ao fundo Jaffa, ligado à Reag, por R$ 15 milhões.
Para os autores da ação, a discrepância nos valores comprova a má gestão e levanta a possibilidade de fraude. A diferença entre o que foi pago ao Jockey e o valor de mercado estimado ultrapassaria R$ 89 milhões.
Embora o Roldão não seja parte no processo, o mercado foi citado por ocupar a área. A rede, no entanto, afirma que apenas aluga o espaço do fundo e não tem vínculo societário com os investidores.
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Enquanto o imbróglio jurídico se desenrola, as obras do atacarejo avançam. A nova unidade do Roldão, anunciada como a maior do país, deve gerar cerca de 300 empregos diretos em São Vicente e movimentar a economia da Baixada Santista.
O investimento é visto como reflexo do crescimento local e de políticas de incentivo que vêm atraindo empresas de grande porte para a cidade.
O Jockey Club sustenta que a negociação foi legítima, aprovada em órgão colegiado e limitada pelas dívidas da entidade, o que teria restringido o interesse de grandes incorporadoras.
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Já a Reag, em nota pública, declarou que atua dentro da legalidade, nega envolvimento com ilícitos e reforça que sua gestão segue as normas da Comissão de Valores Mobiliários.
Apesar dos desdobramentos positivos esperados para a economia vicentina, a inauguração da nova loja do Roldão seguirá marcada pela polêmica em torno da origem do terreno, que ainda deve render capítulos no Judiciário.