Cotidiano

Terreno da usina de asfalto será vendido para quitar dívida

Presidente da Prodesan, Odair Gonzalez, explica que companhia tem dívida de R$ 63 mi com a Prefeitura

Publicado em 21/03/2017 às 08:00

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Gonzalez explicou que a única saída para se pagar a dívida com a Prefeitura é vendendo o terreno da usina de asfalto / Matheus Tagé/DL

O terreno onde se encontra a usina de asfalto da Progresso e Desenvolvimento de Santos (Prodesan) será vendido para quitar uma dívida de R$ 63 milhões que existe entre a empresa e a Prefeitura de Santos. A informação foi passada pelo presidente da companhia, Odair Gonzalez, durante audiência pública realizada ontem, em um auditório da Câmara Municipal.

“Estou falando de forma objetiva. Para se pagar as contas da empresa, o que se deve à Prefeitura, hoje na ordem de R$ 63 milhões, o patrimônio que pode pagar com sobras e ter dinheiro para investimento na empresa é o terreno da usina de asfalto. Total ou parcial. Esse é patrimônio que se teria para poder fazer face a essa despesa”, disse o presidente da ­Prodesan.

Gonzalez, no entanto, não soube explicar se será vendido o terreno todo ou apenas parte dele. Ele ainda explicou que, para que a venda seja feita, é necessário que a Prodesan possua a escritura do terreno, o que ela não tem.

“O terreno, de fato, será vendido. Sendo que, para isso, temos que ter a escritura definitiva, que não sei se é tão fácil assim. Só podemos tomar alguma atitude a partir do momento em que tivermos a escritura definitiva em nosso nome, registrada no registro de imóveis. A partir daí terá que ter, se for vender mesmo, a avaliação do patrimônio. Já pedi a avaliação do patrimônio. Aliás, pedi da empresa inteira por questões contábeis porque ele vem sendo contabilizado num valor menor do que vale. Dá uma posição irreal da empresa, mandamos atualizar os valores. Só que na avaliação do terreno da usina, eu mandei incluir a licença da usina de asfalto. Quanto custaria, hoje, uma licença dessa natureza e se é possível adquiri-la. Isso, de fato, vai causar um embaraço porque não sabemos o valor desse negócio”, explicou Odair.

Segundo o presidente, patrimônios da Prodesan, como os terrenos da usina, na Avenida Rangel Pestana e na Rodoviária, são terrenos doados pela Prefeitura a título de capital. No entanto, apesar de pertencerem a Prodesan, a escritura não foi passada à empresa para serem protegidos de eventual penhora.

Gonzalez ressaltou que o propósito da Prodesan é manter a usina de asfalto em operação. Mas, caso a usina encerre as atividades, o presidente garantiu que os bons funcionários serão ­mantidos.

“Trabalho é uma coisa. Todo mundo que trabalha tem que ganhar. Se eu vou vender uma usina inteira e tiver bons funcionários lá dentro, em algum lugar  eu vou aproveitar esse bom funcionário. Se for vagabundo, vai para a rua. Ficou claro isso?”, respondeu Odair para um dos funcionários da empresa.

O presidente também rechaçou os boatos de que existisse qualquer tipo de direcionamento para que a usina seja vendida para a Terracom ou que o terreno seja comprado pela MSC. Ele classificou as duas hipóteses como cascata.

“Em posse da escritura e com  o registro de imóveis, em caso de vendas, tem que fazer um leilão público, com avaliação prévia. Não existe encaminhamento nenhum. É tudo conversa mole. Não tem nada”, falou.

Deficitária

Durante uma explanação sobre a Prodesan, Odair Gonzalez destacou que a empresa vem acumulando prejuízo, sendo que em 2016 foi o ano menos negativo, com uma dívida de R$ 1,1 milhão.

“Fui multado pelo Tribunal de Contas pelos prejuízos constantes da usina de asfalto. Deu multa pessoal porque eu mantenho um departamento que é deficitário há 4 anos. Estou colocando isso para que as pessoas entendam o que enfrentamos há 4 anos”.

Gonzalez também respondeu a um questionamento levantado pelo vereador Geonísio Aguiar, o Boquinha (PSDB). O parlamentar lembrou que, antigamente, ao abrir a licitação, se exigia que a empresa que ganhasse o serviço comprasse a massa asfáltica da Prodesan. O que não é mais feito.

“Em 2013, a Prefeitura tinha um contrato de venda de asfalto para a Prodesan. Era algo em torno de R$ 10 milhões ao ano. Era suficiente para manter a usina. Em março de 2014, as licitações vieram com o asfalto fora do pregão. Qualquer empreiteira que assumisse uma obra de pavimentação da cidade iria comprar, por sua conta, o asfalto. Essas empresas acabam ganhando dinheiro em cima da Prodesan. Eu duvido que essa empresa  consiga produzir um asfalto com o nosso preço”, explicou.

De acordo com o presidente, os empreiteiros arrumam empecilhos para não comprar massa asfáltica da Prodesan.

“Já vem premeditado para não comprar. Não tem nenhum impedimento legal”.

Por fim, Gonzalez disse que já cansou de ouvir pessoas defenderem o fechamento da Prodesan. Mas ele defendeu a importância da companhia para a cidade.

"A Prodesan não vai fechar. No governo do Paulo não vai fechar, na nossa gerência não vai fechar. A Prodesan é importante para a cidade. Aqueles que defendem o fechamento não conhecem a empresa e nem os funcionários. O comprometimento das pessoas que lá estão. Falar ‘fecha’ é uma linguagem muito fácil. Quando se tem um problema, tem que encarar o problema. E não resolver com uma atitude drástica desta natureza”, finalizou.

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