Terno e gravata ainda são vistos em pleno verão

Quinta-feira de sol forte, 11h30, e dois homens caminham pela Avenida Ana Costa, em Santos, vestindo terno e gravata. A cena é comum na cidade, mas chama a atenção pelo lenço que um dos rapazes passa no rosto para enxugar o suor dos 36ºC apontados no relógio digital da via.

Um ano após a Reforma Trabalhista ter flexibilizado a relação entre empregador e empregado, e alterado até mesmo pontos polêmicos, a obrigação do uso de terno e gravata ou a não permissão do uso de bermuda para os homens, independente do clima, não foi questionada e continua valendo o código de vestimenta exigido por cada empresa.

O debate é antigo, mas a permissão de uniformes de verão só começou a sair do papel há poucos anos. Em Santos, por exemplo, só a partir de uma lei sancionada em 2015 é que os guardas municipais, motoristas de táxi, de lotações e de transportes escolares e coletivos foram autorizados a usarem bermudas jeans ou social, na altura do joelho, sem estampas, quando em serviço.

Em relação aos shoppings, nem todos mudaram o código de vestimenta dos homens que fazem a segurança do empreendimento, portanto bermudas não são permitidas. No Parque Balneário, os funcionários usam terno mesmo no verão, mas de acordo com a assessoria, como o ambiente é climatizado, a roupa não interfere a produtividade deles.

Já o Miramar informou que há mais de três anos toda a equipe de segurança utiliza o uniforme padrão: camisa de manga e calça. A diferença é que no inverno os funcionários utilizam uma jaqueta que, no verão, é dispensada.

Dress code

Dress code, em sua tradução, significa código de traje, e segundo especialistas em gestão de pessoas e RH, afrouxar as regras relacionadas à vestimenta é uma tendência mundial.

Tanto que, algumas empresas já permitem o uso de moletom, camiseta de banda e até pantufas dentro do ambiente de trabalho – mudanças impulsionadas pela entrada da geração mais jovem no mercado de trabalho e porque, de acordo com pesquisas, esse cenário pode aumentar a produtividade.