Cotidiano
Relatório técnico sinaliza aval à proposta da Antaq que restringe a participação de armadores no maior leilão portuário do Brasil
Foto meramente ilustrativa do Porto de Santos / Divulgação/SPA
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Uma análise técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) indica respaldo às regras da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) para o leilão do Tecon Santos 10, no Porto de Santos. O modelo proposto impede a participação de empresas que já operam no porto na primeira fase do certame, como forma de evitar concentração de mercado.
Grupos como Maersk, MSC e CMA CGM seriam excluídos inicialmente e, caso avancem à segunda fase, só poderiam participar mediante renúncia aos terminais que já controlam.
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O parecer técnico da Antaq, assinado pelo diretor-geral substituto Caio Farias, argumenta que a medida visa garantir concorrência e evitar a chamada "verticalização comercial", que poderia levar a uma concentração de até 70% da movimentação de contêineres em mãos de poucos grupos. O documento cita precedentes, como o porto de Itaguaí (RJ), para sustentar a razoabilidade da restrição.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, confirmou que o TCU fará uma audiência pública no dia 31 de julho para debater o tema com representantes do setor. A expectativa é que a corte se posicione oficialmente em agosto, enquanto o leilão está previsto para ocorrer entre novembro e dezembro deste ano.
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Segundo Costa Filho, o governo busca segurança técnica para garantir um processo competitivo no maior leilão da história do setor portuário brasileiro.
Apesar do apoio técnico do TCU, a proposta enfrenta resistência. A Maersk entrou na Justiça pedindo liminar para suspender o edital, alegando mudança abrupta nas regras.
O juiz responsável pediu esclarecimentos à Antaq, mas ainda não decidiu sobre a liminar. Além disso, críticos argumentam que a análise sobre concentração de mercado deveria caber ao Cade, e não ser pré-definida pelo edital.
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Instalado no bairro do Saboó, o Tecon Santos 10 terá capacidade para movimentar 3,5 milhões de TEUs por ano, elevando em mais de 50% a atual capacidade do porto. A previsão é de R$ 5,6 bilhões em investimentos e 3.300 empregos diretos nos primeiros 25 anos de concessão, consolidando-o como o maior terminal de contêineres do Brasil.