Cotidiano

'Tambor de Fogo' celebra ancestralidade com música e afirmação de fé em Peruíbe

"Tambor de Fogo" ocupa o centro de Peruíbe com ancestralidade, música e afirmação da fé de matriz africana

Ana Clara Durazzo

Publicado em 27/06/2025 às 11:30

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A noite foi marcada por cantos, danças, rezas e toques de tambor que reafirmaram o sincretismo religioso como expressão viva da cultura popular brasileira / Divulgação

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Na última terça-feira (24), Peruíbe se transformou em um espaço de fé, resistência e ancestralidade com a realização do “Tambor de Fogo”, celebração que uniu o catolicismo popular e as religiões de matriz africana ao homenagear São João Batista, padroeiro da cidade, e o Orixá Xangô, senhor do fogo, da justiça e do trovão.

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Realizado no Boulevard, entre a Rua Barão de Mauá e a Praça Ambrózio Baldin, o evento reuniu dezenas de terreiros, líderes religiosos, Ogans, atabaqueiros e moradores da cidade em uma grande roda de axé.

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A noite foi marcada por cantos, danças, rezas e toques de tambor que reafirmaram o sincretismo religioso como expressão viva da cultura popular brasileira.

A idealização do Tambor de Fogo partiu dos Ogans Tico, Luiz Isidoro e Carlos Muller, que transformaram tradição e espiritualidade em um ato público de afirmação.

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O projeto ganhou corpo com o apoio decisivo do secretário de Governo Rafael Vitor, responsável pela articulação institucional, apoio logístico e estrutura que garantiram a realização do evento com segurança e respeito.

Entre os momentos mais marcantes da noite, a performance de Makota Bárbara Conceição — Matambelewa, do Inzo Unsaba Zambiri Mutakalambo — emocionou os presentes. Em sua dança, incorporou ancestralidade, força feminina e a tradição Bantu, reafirmando a profundidade espiritual do encontro.

Também participou o Pai Maurício Teixeira, referência na luta por direitos do povo negro e de terreiro, que ocupa a presidência do Conselho Municipal da Comunidade Negra e do Conselho de Economia Solidária. Sua presença reforçou a conexão entre espiritualidade, políticas públicas e justiça social.

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Por volta das 21h, os tambores “viraram a banda” e os cânticos se voltaram aos Guardiões das encruzilhadas — Exu e Pombogira — em um momento de reverência e fortalecimento espiritual, que reafirmou o direito à liberdade religiosa em espaços públicos.

Mais do que um evento religioso, o Tambor de Fogo foi um ato político, cultural e espiritual. Uma afirmação pública de que o povo de terreiro está presente, organizado e faz parte da identidade viva de Peruíbe.

 

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