Cotidiano

Sucateamento: Guarda Municipal de Santos pede socorro

Agentes reclamam das condições de trabalho às quais são submetidos

Carlos Ratton

Publicado em 30/11/2012 às 12:17

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Com um orçamento de R$ 1,6 bilhão em 2012 e com previsão de arrecadar R$ 1,9 bilhão no ano que vem, parece difícil acreditar que Santos possua problemas de falta de verba em algumas áreas consideradas de baixo custo operacional.

No entanto, esta semana, o vereador eleito Sérgio Santana (PTB) denuncia que o efetivo da Guarda Municipal está, literalmente, pedindo socorro.

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Santana explica que foi procurado por um grupo de guardas inconformado com a situação. O ex-subcomandante da Guarda, afirma que 90% dos servidores estão com os coletes à prova de balas vencidos. “Esses coletes são da época que eu estive na corporação (2005/07), portanto, estão vencidos e ineficientes”.

Conforme Santana, outro problema enfrentado pelos guardas é a falta de manutenção das pistolas taser — que emitem energia elétrica que paralisa, momentaneamente, o sistema nervoso central, motor e muscular, não matando, mas permitindo a legítima defesa do guarda em casos de violência. “Boa parte delas, por falta de manutenção, não está sendo usada. Ou seja, tem guarda desarmado e sem proteção”.
 
Patrulhamento a pé

A falta de estrutura chega a detalhes irrisórios, como óleo de motor para as motocicletas da corporação, que no mercado custa, em média, R$ 25,00 o litro. “Os guardas estão sendo obrigados a diminuir a quilometragem do patrulhamento porque não há verba para a troca de óleo das motos. Se o guarda sair e o motor fundir, ele é responsabilizado”.
 
Sérgio Santana explica que outro grave problema é a diminuição do efetivo, ocasionada pela falta de incentivos, como, por exemplo, salário atrativo e impedimento de horas extras. Ele explica que, na época que era subcomandante, o efetivo era de 700 guardas, hoje, são 280. “No cronograma da instituição, entre homens e mulheres, o efetivo já deveria estar na casa dos 1.200 guardas”.

O vereador eleito está preocupado com a Operação Verão, período em que os guardas prestam um apoio significativo ao trabalho da Polícia Militar. “A orla da praia e os patrimônios públicos estarão desprotegidos”, finaliza, alertando que irá passar a situação ao prefeito eleito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Denúncia: Guardas estariam usando coletes vencidos (Foto: Matheus Tagé/DL)
 
Prefeitura

O secretário de Segurança de Santos, Cláudio Marques Trovão, disse que há um processo para aquisição de novos coletes. “Ressalto que este lote corresponde à uma fração de aproximadamente um quarto do total disponível”.
 
Sobre as pistolas, ele garante que todas com problemas são recolhidas para manutenção e que representa menos de 0,5% do total em operação.
Trovão garante que todas as três motos estão em operação e que, dentro do plano de fortalecimento e modernização da Guarda, a Prefeitura está adquirindo mais duas motocicletas.

Trovão afirma que a Prefeitura está modernizando e ampliando o efetivo e que o total geral é de 442, sendo possível ampliar até o limite legal, que é 1.200 guardas. 
 
Finalizando, garante que, em 2007, foi realizado o último concurso e, desde então, houve o investimento no treinamento e capacitação de duas turmas, totalizando 100 novos guardas municipais. “Além disto, foi feito o concurso de acesso interno da Guarda Municipal que visa a ascensão na carreira dentro da corporação”.

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