Cotidiano

STF julga Bolsonaro e mais 7 por tentativa de golpe: entenda a primeira sessão

Julgamento do ex-presidente e de outros sete réus começou nesta terça-feira, 2

Gabriel Fernandes

Publicado em 02/09/2025 às 12:16

Atualizado em 02/09/2025 às 12:52

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Julgamento foi aberto pelo relator do caso, Ministro Alexandre de Moraes / Marcelo Camargo/Agência Brasil

Continua depois da publicidade

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento da Ação Penal (AP) 2668, que trata do chamado Núcleo Crucial da suposta tentativa de golpe de Estado. O processo reúne oito réus, entre militares de alta patente, ex-ministros, parlamentares e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Vale ressaltar que o julgamento será dividido em sessões, distribuídas ao longo de mais de um dia.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Trump fala na Casa Branca no mesmo dia em que Bolsonaro inicia seu julgamento

• De golpe de Estado a organização criminosa: os crimes e penas de Bolsonaro no STF

O julgamento foi aberto pelo relator do caso, Ministro Alexandre de Moraes, que discursou a respeito da força democrática brasileira e suas instituições independentes, o que sinaliza que esse procedimento é parte de tal processo.

Em sua fala, ele disse que não devemos confundir pacificação com covardia e que qualquer coação não afetará a imparcialidade do Supremo, além de ressaltar que a impunidade não é uma opção para a pacificação

Continua depois da publicidade

O Ministro também detalhou todas as etapas da investigação e afirmou que todos os pedidos das Defesas foram atendidos, mesmo os que foram negados, o que garantiu a ampla defesa dos réus.

Na sequência, Paulo Gonet, Procurador-Geral da República, expôs as acusações e apresentou um pedido para condenar Bolsonaro. Ele afirmou que os atos julgados significaram a colocação em marcha de plano de operação antidemocrática ofensiva ao bem jurídico tutelado pelo código penal.

“Não é preciso esforço intelectual extraordinário para reconhecer que quando o presidente da República e depois o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso”, destacou Gonet ao afirmar que os atos revelaram nítida organização criminosa.

Continua depois da publicidade

Ele também apontou diversas evidências como a tentativa de explosão do Aeroporto de Brasília, a invasão da sede da Polícia Federal e os eventos do dia 08 de Janeiro, ato desejado e instigado e considerado o apogeu do “golpe tentado” não consumado, como fatores que visaram criar o caos social e pressionar as Forças Armadas a embarcar no golpe militar de estado. 

Para ele, todas elas corroboram a tese da chamada trama golpista e ressaltou que ela é “espantosa” por atuar de forma coordenada para tentar romper a ordem democrática no país. 

O procurador também afirmou que a maioria das provas forem colhidas pela Polícia Federal e que a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, só aprofundou o que já se sabia. 

Continua depois da publicidade

Gonet também ressaltou que, diante dos fatos e da delação, a defesa de Cid não pode argumentar inocência visto que ele demonstrou participação e conhecimento dos atos criminosos.

Quem são os réus?

Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o julgamento envolve:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e hoje deputado federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Acusações

Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), os sete acusados respondem por:

Continua depois da publicidade

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Participação em organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Quando vão acontecer as sessões?

Além da sessão da manhã desta terça-feira, 2, o ministro Zanin agendou as sessões para os seguintes dias e horários:

  • 2 de setembro: 14h;
  • 3 de setembro: 9h;
  • 9 de setembro: 9h e 14h;
  • 10 de setembro: 9h;
  • 12 de setembro: 9h e 14h.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software