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Cotidiano

SP: metroviários confirmam greve a partir desta quinta

Uma assembleia com milhares de trabalhadores na sede do Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé, na zona leste, deliberou pela paralisação às 19h44

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 04/06/2014 às 21:02

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Os metroviários de São Paulo decidiram por unanimidade nesta quarta-feira, 4, entrar em greve por tempo indeterminado a partir da madrugada desta quinta-feira, 5, faltando uma semana para a partida inicial da Copa do Mundo em Itaquera, na zona leste. Uma assembleia com milhares de trabalhadores na sede do Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé, na zona leste, deliberou pela paralisação às 19h44. O rodízio de veículos foi suspenso na capital paulista nesta quinta.

Segundo o Metrô, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) concedeu liminar garantindo 100% de operação da rede nos horários de pico e 70% nos horários de vale. O TRT, ainda segundo o Metrô, marcou uma audiência de conciliação entre o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e os sindicalistas para as 10 horas da Delegacia Regional do Trabalho, no centro. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, garantiu que, mesmo com a liminar, os metroviários não trabalharão. Isso porque a assembleia foi realizada antes de o sindicato ser formalmente notificado pelo tribunal. As Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás não vão operar nesta quinta.

Ao longo dos discursos ao microfone no sindicato, uma constante: essa greve deve ser diferente, sem prazo para terminar. Mais cedo, Prazeres Júnior já havia sinalizado que mesmo se o Metrô obtiver uma liminar na Justiça obrigando a categoria a trabalhar com um contingente mínimo, a recomendação não será seguida. Vários líderes de movimentos sociais discursaram apoiando os metroviários, entre eles o PSTU e o Movimento Passe Livre. O presidente do PSTU, Zé Maria, discursou ao microfone: "é uma luta também para acabar com os privilégios dos bancos e das empreiteiras." Ele foi aplaudido ao fim da fala. Estudantes grevistas da Universidade de São Paulo (USP) respaldam o ato.

Os metroviários de São Paulo decidiram por unanimidade nesta quarta-feira (Foto: Divulgação)

Negociação

Os funcionários do Metrô rejeitaram e vaiaram a proposta de 8,7% oferecida pela empresa, assim como o vale-refeição a R$ 290 (hoje é R$ 247). O TRT havia sugerido aumento de 9,5% e R$ 320 de vale-refeição. Os metroviários pedem reajuste de 16,5% e dizem que não voltam a trabalhar se não houver uma oferta de ao menos 10%. O Metrô tem cerca de 9,7 mil funcionários.

"O transporte não é mercadoria e tem que ser pago pelos grandes empresários, que tratam o povo como escravos. Um rapaz da zona sul não pode namorar com uma menina da zona leste do jeito que está o transporte hoje. O governo do PSDB está envolvido com muita corrupção da Alstom, da CAF, da Mitsui... Se tem dinheiro para Itaquerão e Copa, por que não tem para o transporte público?", disse Prazeres Júnior a uma assembleia lotada, que prometeu uma "greve histórica". Ele novamente desafiou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a permitir a catraca livre durante a greve, para não prejudicar a população. Porém, na semana passada o tucano descartou essa hipótese, alegando um suposto prejuízo financeiro para a empresa.

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