26 de Abril de 2024 • 11:55
Cotidiano
A situação poderia ser pior não fossem as chuvas de fevereiro e março, que ficaram acima da média histórica e ajudaram a recuperar uma parcela dos dois maiores mananciais, Cantareira e Alto Tietê
A Grande São Paulo entra nesta quarta-feira, 1, na temporada de estiagem com um estoque de água 34% menor do que há um ano, quando a situação já era crítica no Sistema Cantareira. Na época o governo Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu o uso do volume morto do manancial e do racionamento na distribuição para evitar o colapso do abastecimento em 2014. Historicamente, o período de pouca chuva vai de abril a setembro no Sudeste.
Na segunda-feira, 30, segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), havia 588 bilhões de litros disponíveis nos seis sistemas para abastecer cerca de 20 milhões de pessoas, ante 893,6 bilhões de litros acumulados em 31 de março de 2014. O cálculo inclui as cotas do volume morto dos sistemas Cantareira e Alto Tietê, que naquela época ainda não haviam sido incorporadas na capacidade total dos mananciais da região.
A situação poderia ser bem pior não fossem as chuvas de fevereiro e março, que ficaram acima da média histórica e ajudaram a recuperar uma parcela dos dois maiores mananciais, Cantareira e Alto Tietê, os mais críticos. Na temporada chuvosa, que termina hoje, o estoque de água armazenada para a Grande São Paulo subiu 260 bilhões de litros, enquanto que na temporada anterior, de outubro de 2013 a março de 2014, o saldo ficou negativo em 360 bilhões de litros.
Hoje, Cantareira e Alto Tietê têm um volume de água armazenado bem menor do que há um ano. Para evitar o esgotamento dos dois mananciais durante o período de estiagem e manter o abastecimento de água na Grande São Paulo sem decretar rodízio oficial, a Sabesp pretende reduzir mais a retirada do Cantareira e levar água da Represa Billings para o Alto Tietê.
Segundo a companhia, mais 6 mil litros por segundo serão adicionados ao sistema integrado de abastecimento para suprir a redução do Cantareira, dos quais 4 mil litros por segundo serão por meio da ligação do Braço Rio Grande, da Billings, com a Represa Taiaçupeba, do Alto Tietê. A obra será feita com contratos emergenciais, sem licitação, ao custo total estimado em R$ 130 milhões.
A previsão é de que fique pronta em julho deste ano. Para não secar o Braço Rio Grande, que tem 10% do tamanho do Cantareira, a Sabesp vai captar água do Braço do Rio Pequeno, que é ligado à parte poluída da Billings.
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