São Paulo

Sozinho, este homem já plantou mais de 41 mil árvores e quer ainda mais

Seu próximo objetivo é alcançar a marca simbólica de 50 mil árvores, número que ele trata como meta pessoal

Agência Diário

Publicado em 23/11/2025 às 19:02

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Aos 73 anos, Hélio transformou uma área abandonada em um corredor verde com mais de 41 mil árvores plantadas por conta própria / Reprodução/Youtube

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Na zona leste de São Paulo, um aposentado se tornou um dos maiores símbolos de cidadania e preservação ambiental da cidade. Seu trabalho silencioso, feito sem holofotes, mudou completamente a paisagem de um espaço antes degradado.

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Hélio da Silva, apelidado de “plantador urbano”, dedicou as últimas duas décadas a recuperar uma área tomada pelo abandono às margens do córrego Tiquatira, na Penha.

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A região, que já foi sinônimo de sujeira e descaso, hoje é vista como um exemplo de revitalização ambiental.

Desde 2003, Silva contabiliza cada árvore plantada. Segundo suas anotações pessoais, já são exatamente 41.722 mudas, todas colocadas na terra por ele mesmo.

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Seu próximo objetivo é alcançar a marca simbólica de 50 mil árvores, número que ele trata como meta pessoal e um presente para a cidade.

Ele prioriza o plantio de espécies nativas da Mata Atlântica, como pau-brasil, araçá, amora, ipê e cambucá, uma escolha que tem favorecido o retorno de animais que antes eram raros por ali. O ressurgimento da vegetação criou um ambiente mais saudável para a fauna.

Hoje, mais de 45 espécies de pássaros foram identificadas no local. Sabiás, bem-te-vis e até pequenos tucanos passaram a circular pela área replantada, sinal de que o ecossistema voltou a se equilibrar.

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Por que áreas verdes importam tanto em cidades como São Paulo?

Em metrópoles densas, cheias de concreto e tráfego intenso, árvores não são apenas elementos decorativos.

Elas ajudam a reduzir a temperatura urbana, melhoram a qualidade do ar, diminuem o impacto da poluição sonora e criam espaços de convivência mais saudáveis.

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Projetos como o de Hélio mostram como ações individuais podem transformar regiões inteiras, gerando sombra, refresco e até criando corredores ecológicos que beneficiam a biodiversidade.

Além disso, grandes áreas arborizadas funcionam como pontos de alívio psicológico para moradores que convivem diariamente com pressa, calor e estresse. Nesse sentido, a floresta urbana criada pelo aposentado se tornou um refúgio real para quem vive na zona leste.

Árvores e parques reduzem poluentes, filtram partículas e liberam oxigênio. Em uma metrópole com tráfego intenso como São Paulo, isso faz diferença real na saúde respiratória da população / Pixabay
Árvores e parques reduzem poluentes, filtram partículas e liberam oxigênio. Em uma metrópole com tráfego intenso como São Paulo, isso faz diferença real na saúde respiratória da população / Pixabay
Áreas verdes quebram os "ilhas de calor", fenômeno comum em cidades superconstruídas. Regiões arborizadas podem ser até 5ºC mais frescas do que áreas totalmente asfaltadas / Pixabay
Áreas verdes quebram os "ilhas de calor", fenômeno comum em cidades superconstruídas. Regiões arborizadas podem ser até 5ºC mais frescas do que áreas totalmente asfaltadas / Pixabay
Contato com natureza reduz ansiedade, estresse e melhora o humor. Em cidades agitadas, áreas verdes viram pequenas "pausas terapêuticas" / Pixabay
Contato com natureza reduz ansiedade, estresse e melhora o humor. Em cidades agitadas, áreas verdes viram pequenas "pausas terapêuticas" / Pixabay
São espaços de lazer, convivência, esporte e descanso. E quanto mais acesso a esse tipo de ambiente, mais qualidade de vida a população tem / Pixabay
São espaços de lazer, convivência, esporte e descanso. E quanto mais acesso a esse tipo de ambiente, mais qualidade de vida a população tem / Pixabay
Solo permeável + árvores = água infiltrando mais facilmente. Parques e praças evitam que a chuva vire enxurrada e ajudam a controlar alagamentos  um problema clássico paulistano / Pixabay
Solo permeável + árvores = água infiltrando mais facilmente. Parques e praças evitam que a chuva vire enxurrada e ajudam a controlar alagamentos um problema clássico paulistano / Pixabay

Um parque que nasceu do esforço de uma única pessoa

O impacto do trabalho de Hélio foi tão grande que, em 2007, a área foi oficializada como o primeiro parque linear de São Paulo: o Parque Linear Tiquatira. Hoje ele ocupa mais de 3 quilômetros de extensão acompanhando o curso do córrego.

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O espaço, que antes parecia esquecido, virou um dos principais pontos de lazer e contato com a natureza para a região. Caminhantes, ciclistas, famílias e moradores de vários bairros próximos utilizam o parque diariamente.

Mesmo sem apoio institucional contínuo, Hélio mantém o projeto de forma voluntária. Ele coleta sementes, produz mudas e faz o plantio contando apenas com recursos próprios e algumas doações de vizinhos que acompanham sua dedicação.

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Durante a pandemia de 2020, o parque atraiu ainda mais atenção quando o jornalista Márcio Gomes visitou o local e plantou um jequitibá.

A árvore, que recebeu o cuidado de Hélio desde então, já ultrapassou sua altura, tornando-se um símbolo da força e da continuidade do trabalho que ele iniciou.

Saiba mais no vídeo abaixo, do canal da BBC News Brasil:

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