Cotidiano

Sono no sofá e insônia na cama? Entenda por que seu cérebro te 'engana' ao deitar

Especialista revela o erro invisível que bloqueia o sono no quarto e o que fazer para o cansaço não sumir ao trocar de lugar

Nathalia Alves

Publicado em 19/12/2025 às 16:09

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Descubra por que o esforço para pegar no sono acaba causando o efeito oposto / Reprodução/Freepik

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Quase todo mundo já viveu a cena, quando os olhos estão pesados, corpo relaxado e sono iminente enquanto assiste à TV no sofá. Mas basta se levantar e ir para a cama para que a sonolência desapareça.

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O fenômeno, comum e frustrante, tem explicações ligadas ao funcionamento do cérebro, ao condicionamento dos ambientes e à resposta do corpo ao estresse.

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Segundo o neurologista Vinit Banga, diretor de neurologia do Hospital Fortis, em Faridabad, o cérebro reage de forma diferente aos espaços, dependendo do significado que atribui a cada um. Em vez de ser um refúgio para o descanso, o quarto pode se transformar, paradoxalmente, no local que bloqueia o sono.

Por que o sofá “dá mais sono”?

De acordo com o especialista, muitas pessoas adormecem mais facilmente no sofá porque o cérebro não espera dormir ali. O ambiente é percebido como menos tenso, justamente por não estar diretamente associado à obrigação de pegar no sono.

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“Sem a pressão de ‘ter que dormir’, o sistema nervoso relaxa de forma mais natural”, explica o médico. Já no quarto, é comum que surja uma espécie de autoavaliação involuntária, com pensamentos como “será que vou dormir logo?”. Esse tipo de questionamento ativa o estado de alerta do cérebro, dificultando o relaxamento.

Quando o quarto deixa de ser sinônimo de descanso

O cérebro aprende a associar lugares a determinados estados mentais. Se o quarto passa a ser usado para trabalhar, mexer no celular, resolver problemas ou lidar com preocupações, ele deixa de ser reconhecido como um espaço de repouso.

Enquanto isso, o sofá acaba ganhando uma associação positiva com relaxamento e conforto. Iluminação mais suave, almofadas, sensação de segurança e ausência de cobranças formam um conjunto de estímulos que favorecem a sonolência.

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Com o tempo, essa associação aprendida pode sabotar o horário de dormir, mesmo quando o cansaço é evidente.

A armadilha de “tentar dormir demais”

Outro fator decisivo é o esforço excessivo para dormir. “A preocupação em adormecer rapidamente ativa os mecanismos de estresse”, afirma o Dr. Banga. Quando a cama passa a ser vista como um teste a ser vencido, o corpo reage com mais vigilância, exatamente o oposto do que o sono exige.

Além disso, levantar do sofá e se deslocar até o quarto pode quebrar a chamada inércia do sono, aquele estado de sonolência leve que ajuda o cérebro a transitar para o descanso profundo. Ao mudar de ambiente, o cérebro pode levar de 10 a 20 minutos para voltar a relaxar.

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Quando o hábito vira sinal de alerta

Cochilar com frequência no sofá e enfrentar dificuldade para dormir na cama nem sempre é inofensivo. Alguns sinais merecem atenção, como passar mais de 30 minutos acordado na cama, acordar várias vezes durante a noite ou sentir cansaço persistente ao longo do dia.

Segundo o neurologista, esses padrões podem indicar insônia, alterações do ritmo circadiano ou problemas de higiene do sono. Nesses casos, uma avaliação médica pode ajudar a identificar a causa e orientar o tratamento adequado.

Informações do Business Standard*

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