Mais do que uma estética ou conceito futurista, a proposta une tecnologia e natureza / Divulgação/SOM Miysis
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Enquanto o planeta busca soluções urgentes para frear as mudanças climáticas, um movimento vem ganhando força entre arquitetos e urbanistas: o solarpunk. Mais do que uma estética ou conceito futurista, a proposta une tecnologia e natureza para transformar os espaços urbanos em lugares mais sustentáveis e humanos.
O termo nasceu em 2008, inspirado por um subgênero da ficção científica que contrasta com o sombrio cyberpunk. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, o solarpunk não ficou no campo das ideias. Edifícios revestidos de vegetação, bairros planejados com foco em sustentabilidade e uso inteligente de energia e água já são realidade em diversas partes do mundo.
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Um dos exemplos mais emblemáticos é o Bosco Verticale, em Milão. Com dois prédios cercados por mais de 20 mil plantas, o projeto captura CO e reduz a temperatura interna dos apartamentos, promovendo qualidade de vida e economia de energia. Idealizado pelo arquiteto Stefano Boeri, o modelo já foi replicado na China e está em expansão em outras regiões.
Na Holanda, a cidade de Almere criou um bairro onde 1.500 moradores construíram casas personalizadas em meio a parques e canais. Já Masdar, nos Emirados Árabes Unidos, surgiu como uma cidade-modelo, com prédios de alumínio reciclado, ruas sombreadas por árvores e design adaptado ao clima desértico. Apesar dos avanços, o uso de energia limpa ainda é um desafio.
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No Brasil, o movimento ainda está em fase inicial. O arquiteto Guto Requena, por exemplo, projeta o edifício Terra, baseado no conceito de biofilia — conexão entre vida urbana e natureza. Com estrutura em madeira engenheirada e zero emissão de carbono, o projeto simboliza um novo caminho para as cidades brasileiras.
O solarpunk deixa claro que as soluções para os desafios climáticos passam, também, pela forma como planejamos e construímos as cidades. Um futuro mais verde, antes imaginado apenas na ficção, começa a ganhar forma na realidade urbana.
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