14 de Setembro de 2024 • 18:46
Em um ano 851 trabalhadores do setor elétrico se acidentaram, 15 morreram. O levantamento referente ao ano de 2008 foi feito pela Fundação COGE (Funcoge).
Segundo o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Carlos Reis, “é preciso mais treinamento, capacitação e fiscalização pelos órgãos competentes”, para evitar os acidentes.
A pesquisa foi realizada em 2008 pela Funcoge nas empresas de transmissão, geração e distribuição de energia elétrica, que reúnem 101.451 funcionários próprios. O universo de 851 acidentes no ano corresponde a 2,33 por dia.
“Esse número ainda é muito alto, se levarmos em consideração todos os equipamentos de proteção individual e treinamentos que existem à disposição da empresa e do trabalhador. Precisamos verificar se as companhias realmente fazem investimentos na segurança dos seus funcionários”, declarou o presidente do sindicato. Segundo o sindicalista, um fator que coloca em risco a segurança dos eletricitários é a sobrecarga de trabalho.
As empresas têm operado com um número muito reduzido de funcionários, em uma área de atendimento grande. Para suprir a demanda de serviço, sobrecarregam os trabalhadores com longas jornadas, o que faz com que muitos deles acabem se descuidando das questões de segurança”, alertou.
As ocorrências fatais no setor apresentam três principais causas: origem elétrica, queda e acidente de trânsito. Estas poderiam ser evitadas com procedimentos técnicos de trabalho, como planejamento e supervisão.
“As empresas têm grande responsabilidade sobre a segurança dos funcionários. É sua obrigação orientá-los e fornecer os equipamentos necessários. Porém, os trabalhadores têm que fazer a parte deles, precisam cumprir com as exigências de segurança para que não ocorram acidentes”, ponderou Reis.
A pesquisa do Funcoge demonstra que, além dos prejuízos à saúde e os riscos de morte dos funcionários, os acidentes de trabalho acarretam perdas financeiras exorbitantes. Somente em 2008 foram gastos mais de R$ 595 milhões.
Esse valor é suficiente para a construção de nove pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s) de 30 megawatts (MW), ideais para atender à demanda de mais de um milhão de habitantes, ou a construção de 2.127 km de linhas de transmissão, em 230 kV, circuito simples.
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