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Cotidiano

Servidor de Praia Grande é investigado pela Polícia Civil de Santos

Wilson Roberto Mendes de Sá, conhecido como Pudim, está sendo acusado de porte ilegal de arma de fogo e falsidade ideológica por se passar por policial civil para conter manifestações públicas

Publicado em 13/03/2015 às 11:30

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A Delegacia Seccional da Polícia Civil de Santos assumiu o inquérito policial para apurar possível conduta irregular do assessor da Secretaria de Assuntos de Segurança Pública (Seasp) de Praia Grande Wilson Roberto Mendes de Sá, conhecido como Pudim, denunciado por integrantes do grupo Praia Grande em Debate e participantes do Movimento Passe Livre na Baixada Santista. Pudim está sendo acusado de porte ilegal de arma de fogo e falsidade ideológica por se passar por o policial civil para conter manifestações públicas naquele município.

Ontem, o Diário do Litoral obteve a informação que o delegado-assistente Luiz Eduardo Fiori Maia é que está conduzindo a investigação. “Ainda estamos apurando a situação. As investigações vieram para Santos por ordem do delegado seccional, acredito que para evitar qualquer ingerência em relação ao caso”, disse ontem o delegado Luiz Eduardo Maia. 

Hoje, às 14 horas, no Palácio da Polícia, um dos representantes do grupo, Márcio Teixeira, confirmou que vai prestar depoimento. Antes dele, os policiais coletaram informações de Franz Hildinger, outro denunciante do caso que teve ampla repercussão nas redes sociais. Vale lembrar que a investigação policial foi sugerida pelo Ministério Público (MP) de Praia Grande, que também apura possível conduta irregular do assessor da Prefeitura.

Márcio Teixeira, Franz Hildinger e Rogério Rizzo — do Praia Grande em Debate — revelam que o ponto alto da ação de Pudim ocorreu em 11 de janeiro, durante uma passeata contra o aumento das tarifas do transporte público, em frente ao Litoral Plaza Shopping. Além dos manifestantes, outros munícipes teriam presenciado quando Pudim, se passando por policial, teria dado voz de prisão a Teixeira, que teria esbarrado em um veículo oficial que estava tentando conter a manifestação. 

Pudim é acusado de porte ilegal de arma e falsidade ideológica (Foto: Divulgação)

A situação, segundo relatam os integrantes, foi contornada pelo delegado do 1º DP da Cidade, Luiz Evandro de Souza Medeiros, que desautorizou o funcionário público e permitiu que a manifestação seguisse em frente, retornando ao Terminal Tude Bastos, ponto inicial da passeata.

Segundo Rogério Rizzo, Pudim já teria se passado por policial federal em outra ocasião, sendo também denunciado por uma vereadora do Município. Esse caso teria chegado ao MP, que chegou a solicitar informações à Polícia Federal, mas foi arquivado por falta de provas.

Rizzo acrescenta que o grupo possui relatos de diversas pessoas sobre supostos outros abusos cometidos por Pudim durante fiscalizações em casas noturnas da periferia da Cidade, fatos que também teriam sido denunciados à Promotoria da Infância e Adolescência. Há informações que ele costuma também portar bombas de efeito moral durante operações de segurança. 

Referência

Os integrantes do Praia Grande em Debate garantem que Pudim trabalha há anos na Prefeitura. À Reportagem, foram encaminhadas cópias da atuação do funcionário em dezembro de 2010, quando coordenou uma Força-Tarefa no Jardim Glória, e em junho do ano passado, quando esteve na comitiva do prefeito Alberto Mourão (PSDB), em visita ao Tribunal de Justiça de São Paulo.       

O grupo pede ao MP que apure a possibilidade de Pudim ter cometido crime de abuso de autoridade e falsidade ideológica; solicite o afastamento do servidor por acreditar que ele não possui treinamento e equilíbrio psicológico para andar armado, além de obrigar o prefeito a atualizar o portal da transparência, o que não estaria ocorrendo, publicando todos os cargos e funções da Secretaria de Segurança.

Prefeitura

O caso foi denunciado em janeiro. Na ocasião, a Prefeitura de Praia Grande revelou que Pudim era funcionário comissionado e que desconhecia solicitação do MP junto à Delegacia de Polícia envolvendo o nome do funcionário, razão pela qual não caberia adotar qualquer medida. A Administração não respondeu se Pudim tinha autorização para andar armado pela Cidade. 

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