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Cotidiano

Segurada apela ao INSS em busca da sobrevivência

Eloá Ribeiro Silva Araújo recebe R$ 130,00 de bolsa-família e a pensão da filha de R$ 350,00.

Glauco Braga

Publicado em 01/04/2019 às 07:29

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Eloá tenta junto ao INSS obter o BPC/LOAS, mas a justificativa é que ela não se enquadra para receber. / Nair Bueno/DL

Eloá Ribeiro Silva Araújo, de 54 anos, descobriu um câncer no seio. Depois disso sua vida, que deveria ser focada em tratar e eliminar a doença, ficou de cabeça para baixo. Passou de uma renda de até R$ 7 mil para algo em torno de R$ 500,00. O valor serve para o sustento dela e da filha de 17 anos.

A prestação do apartamento popular caminha para a sétima em atraso e a questão já está na Justiça para a retirada do imóvel pelo banco. Bastante debilitada pela quimioterapia, Eloá conversou com a Reportagem.

"O câncer se manifestou há dois anos. A burocracia para conseguir fazer os exames pelo Sistema Único de Saúde e pela Prefeitura (Praia Grande) é muito grande. Só em agosto do ano passado comecei a fazer a quimioterapia. Enquanto isso minha mama virou uma pedra, parece uma bola de capão".

Fora isso, Eloá passou a viver da caridade alheia para sustentar a casa. Familiares, amigos e vizinhos a ajudam com mantimentos. "Hoje, vivo de favor. Recebo R$ 130,00 de bolsa-família. Moro com minha filha. Ela recebe uma pensão de R$ 350,00. A prestação do apartamento de R$ 382,00 e o condomínio de R$ 242,00. Tudo em atraso. Agora em março ficam sete em atraso", disse.

Ela é ex-escrevente de cartório de um tabelião de notas, sofreu um acidente e teve de ficar seis anos afastada do trabalho. "Neste tempo, mudou o tabelião e entrou outra pessoa no meu lugar. Quando voltei, fui demitida. Meu salário variava de R$ 5 a R$ 7 mil. Hoje, minha renda está em R$ 480,00".

Eloá vem tentando junto ao INSS a obtenção do Benefício Assistência de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), mais conhecido como LOAS, que garante o pagamento de um salário mínimo mensal.

Ela mostrou que não possui meios de prover a própria manutenção, nem de sua filha. "Se eu conseguir o LOAS vou pagar a dívida do apartamento e tudo vai melhorar aqui. Participei de uma audiência, dia 18 passado, e eles me deram quatro meses para quitar a dívida. Hoje, meus vizinhos e parentes me dão mantimentos, produtos de limpeza. Essa é ajuda que recebo".

Os dias de Eloá são de casa para o médico e a quimioterapia. O exame trouxe problemas no intestino e ela passou a usar fralda.

"Passei pela perícia no INSS para obtenção do LOAS e eles me disseram que não me enquadro, não tenho necessidade. Não sei o que precisa mais para conseguir isso", declarou.

INSS

O INSS respondeu que encaminhou os dados da segurada para a área técnica, mas ainda não obteve retorno. "Assim que recebermos as informações, enviaremos à Reportagem", disse em nota.

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