Entre o afeto e a tradição, surgem também as comparações e os conflitos geracionais velados / Foto de Dũng Eric/Pexels
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As festas de fim de ano são o cenário perfeito para a reativação de dinâmicas familiares profundas. Entre o afeto e a tradição, surgem também as comparações e os conflitos geracionais velados, exigindo de nós uma navegação cuidadosa entre o que se espera e o que realmente sentimos
Segundo a terapeuta, mentora e professora Lilî Gonzàlez, esse é justamente o período em que tensões emocionais tendem a se tornar mais evidentes. “O Natal acende tanto as luzes quanto as sombras que evitamos olhar ao longo do ano”, explica.
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Lilî destaca que cuidar do bem-estar emocional não significa se afastar das pessoas, mas agir com consciência. Isso envolve reconhecer gatilhos, respeitar limites pessoais e adotar uma postura mais madura diante da própria história.
Para ela, o Natal pode deixar de ser um cenário de sobrecarga emocional e se transformar em uma oportunidade de reflexão e cura, desde que cada pessoa escolha se posicionar de forma mais clara e responsável consigo mesma.
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Os principais gatilhos são conhecidos: comparações, julgamentos velados, assuntos mal resolvidos e expectativas irreais. “Quando nos sentamos à mesa, não estamos apenas convivendo com o outro, mas com tudo o que aquela relação representa”, afirma Lili.
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O clima pode se tornar ainda mais tenso quando antigos papéis familiares reaparecem. É comum que adultos reajam como reagiam na infância, ativando mecanismos de defesa e revivendo conflitos que nunca foram totalmente superados.
Controlador, apaziguador, provocador, aquele que tenta agradar a todos ou quem prefere se isolar. Segundo Lili, toda família possui personagens emocionais, e reconhecê-los é o primeiro passo para quebrar ciclos repetitivos.
“Esses papéis são formas inconscientes de proteção. A chave é perceber sem reagir automaticamente”, explica. “Quando mudamos nossa postura, alteramos o campo ao nosso redor.”
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Se surgirem temas delicados, como política, comparações ou julgamentos pessoais, a recomendação é ser firme sem alimentar o conflito. Frases simples, como “entendo seu ponto de vista, mas não quero falar sobre isso agora”, ajudam a preservar o equilíbrio emocional.
Evitar determinados assuntos ou até pessoas também pode ser saudável. “Evitar não é fugir. É escolher a paz”, reforça a terapeuta.
Antes mesmo de sair de casa, Lili sugere um exercício simples de preparação emocional:
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O que eu aceito nessa reunião?
O que eu não aceito?
Quem eu quero ser nesse ambiente?
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Essa reflexão ajuda a evitar reações automáticas e favorece o autocontrole em situações tensas.
Sinais como irritabilidade, aperto no peito, ansiedade e sensação de bloqueio emocional indicam que os limites já foram ultrapassados. Nesses momentos, a terapeuta recomenda a técnica do afastamento consciente: levantar-se, respirar fundo e se afastar por cerca de três minutos. Essa pausa contribui para reorganizar as emoções e evitar respostas impulsivas.
Sim, mas a mudança começa por quem escolhe agir com mais consciência emocional. “As relações se transformam quando uma pessoa decide não repetir padrões. Mesmo atitudes simples, como estabelecer limites ou mudar o tom de voz, já impactam o ambiente familiar”, afirma Lili.
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Ela reforça que a intenção não precisa ser resolver tudo de uma vez, mas abrir espaço para um novo olhar, mais maduro, leve e respeitoso com as próprias emoções.