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A zero hora do dia 1º de janeiro de 2013 deve ser silenciosa e sem cor para algumas cidades da Baixada. Shows e fogos de artifício não farão parte do tradicional cenário festivo que compõe as comemorações de Réveillon. A chegada do novo ano dependerá da criatividade da população para ser animada.
Em São Vicente, o prefeito eleito Luis Claudio Bili (PP) vetou a queima de fogos e shows durante a virada do ano. A festa de Ano-Novo na Cidade não contará com recursos da Administração Municipal. De 2011 para 2012, a Prefeitura desembolsou R$ 500 mil para a comemoração.
Bili também declarou que o festival Agita Verão, que proporcionou à população, gratuitamente, nove shows de grandes nomes da música nacional, entre eles Claudia Leitte, Jeito Moleque e Michel Teló, não será realizado em 2013. O projeto custou para os cofres públicos de São Vicente cerca de R$ 10 milhões.
Tratando-se de história e tradição, no entanto, Bili pretende manter a Encenação da Fundação da Vila de São Vicente, que também é realizada em janeiro. Em menores proporções, o espetáculo deverá ser encenado por artistas da região, diferentemente do que ocorreu em 2012, e nos anos anteriores, durante mandato do atual prefeito Tércio Garcia (PSB).
O espetáculo que reconta a fundação da primeira vila do Brasil, em janeiro deste ano, foi encenado por artistas famosos como Murilo Rosa, Emanuelle Araújo, Alexandre Slaviero e Matheus Nachtergaele. De acordo com Bili, o evento custou para São Vicente R$ 7 milhões. Em 2013, o futuro prefeito quer investir, no máximo, R$ 1 milhão com a apresentação, “isso se houver recursos dos governos Estadual e Federal. Vai ser uma bela encenação, valorizando nossos (do Município) atores e atrizes”, ressalta.
Bili justifica o corte radical de gastos: “As dívidas do município são assustadoras”. Ele não quis especificar os valores das dívidas as quais se referiu durante a entrevista para o DL, pois participava do primeiro dia de transição de governo, quando seria informado oficialmente sobre a quantia. “Eu posso te passar esses valores dentro de uns cinco ou seis dias”.
O futuro chefe do Executivo também não descarta o corte de verba para a realização do desfile das escolas de samba durante o Carnaval. Ele afirma que vai discutir com os representantes das ligas para definir como será o evento.
Para Bili, as escolas não ensaiam o suficiente e não têm estrutura para receber a quantia que a Prefeitura dá para a realização do espetáculo. Ele diz que as escolas de samba recebem R$ 120 mil e, ao todo, são gastos R$ 2 milhões pela Administração Municipal.
“A política do pão e circo acabou em São Vicente”, diz o futuro prefeito, que pretende rever todos os contratos de tradicionais festas da Cidade. “O povo vai ter que fazer a sua festa (de ano novo). O Município não pode gastar R$ 500 mil em fogos de artifício e shows, nos primeiros minutos de 2013, com as dívidas que têm”, ressalta.
Outras cidades
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O Diário do Litoral tentou obter informações sobre como será a realização das festas de Revéillon em outras cidades da Baixada. Guarujá e Praia Grande, por meio de suas assessorias de imprensa, informaram que ainda não têm nada programado. Santos também ainda não tem a programação fechada, “mas deverá seguir os mesmos moldes dos anos anteriores. Queima de fogos nas balsas e bailes nas cinco Tendas de Verão”, segundo nota enviada pelo setor de comunicação.