Em 2023, o Brasil exportou 986 toneladas de atemoia, pinha e graviola, movimentando quase US$ 4 milhões em receitas / Freepik
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Resultado do cruzamento entre a cherimoia e a fruta do conde, também conhecida como pinha ou ata, a atemoia vem ganhando espaço nas mesas dos brasileiros e nos mercados internacionais. Mais doce e resistente que suas espécies de origem, a fruta é exemplo de como a ciência e a tecnologia podem transformar o campo em fonte de sabor, renda e inovação.
Desenvolvida inicialmente no início dos anos 2000 nos Estados Unidos, a atemoia foi aprimorada no Brasil por meio de pesquisas lideradas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e por outros órgãos ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “Ela tem qualidades distintas. Dependendo da cultivar, a atemoia pode ser plantada em áreas muito maiores do que a pinha e a cherimoia”, explica o pesquisador José Emílio Bettiol, do IAC.
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Graças às pesquisas pioneiras da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e ao desenvolvimento de mudas pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), São Paulo se consolidou como o principal estado produtor de atemoia no Brasil.
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Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola, a produção paulista cresceu 28% entre 2023 e 2024, representando cerca de 95% das exportações nacionais.
Ao lado de Minas Gerais, que responde por 18% da produção, São Paulo concentra hoje mais de 60% do cultivo da fruta no país. A expansão do cultivo também tem impacto direto na geração de renda para agricultores familiares e médios produtores.
Em 2023, o Brasil exportou 986 toneladas de atemoia, pinha e graviola, movimentando quase US$ 4 milhões em receitas, segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS).
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Apesar do bom desempenho, o setor também sente os efeitos das mudanças climáticas. As altas temperaturas registradas nas principais áreas produtoras devem impactar a produtividade da próxima safra, prejudicando o desenvolvimento dos frutos. A colheita da atual safra está em reta final, e o mercado segue aquecido: a caixa de um quilo da fruta é negociada por R$ 12,50 no Ceasa de Campinas.
A atemoia oferece diversos benefícios à saúde. Ela é rica em fibras, vitaminas (especialmente vitamina C e vitaminas do complexo B), minerais (como potássio) e antioxidantes, que podem contribuir para o bom funcionamento do intestino, fortalecimento do sistema imunológico, controle da pressão arterial e prevenção de doenças.
Por trás do sucesso da atemoia está o investimento contínuo em pesquisa, tecnologia e extensão rural. A trajetória da fruta mostra como a inovação científica pode não apenas ampliar a produtividade agrícola, mas também diversificar a renda no campo e abrir portas no comércio internacional.
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Com sabor adocicado, polpa cremosa e alto valor nutritivo, a atemoia não é apenas uma fruta exótica. É, sobretudo, símbolo do que pode ser alcançado quando ciência e agricultura caminham juntas.