Prefeitura de Santos realiza campanhas periódicas de conscientização / Divulgação/PMS
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O Litoral de São Paulo enfrenta uma preocupante alta nos casos de tuberculose, com destaque para a cidade de Santos, que ocupa o sexto lugar entre os 645 municípios paulistas com maior incidência da doença em 2024, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
A taxa registrada foi de 121,2 casos por 100 mil habitantes, número significativamente superior à média nacional de 39,9, conforme dados do Ministério da Saúde.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como meta reduzir a incidência da tuberculose para 6,7 casos por 100 mil habitantes até 2030. No entanto, os números de Santos estão muito distantes desse objetivo, reforçando o alerta entre especialistas e autoridades locais.
Entre os principais fatores para a alta incidência estão a precariedade das moradias e a concentração de pessoas em cortiços, especialmente no Centro, que registrou 375 casos por 100 mil habitantes, e na Zona Noroeste, com 171.
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Diante desse cenário, reuniões já foram realizadas entre as secretarias municipais de Saúde e Desenvolvimento Social, e um encontro com o prefeito está previsto. A meta inicial é ambiciosa: reduzir a taxa para 70 casos por 100 mil habitantes em 12 meses.
A Prefeitura de Santos afirma que realiza campanhas periódicas de conscientização e que os testes de detecção da tuberculose estão disponíveis em todas as unidades de saúde, sem necessidade de agendamento. Também há busca ativa de casos, supervisão dos pacientes e um ambulatório exclusivo para casos de reincidência, geralmente por abandono do tratamento.
Como parte do esforço para conter o avanço da doença, foi anunciado o Comitê Municipal de Enfrentamento à Tuberculose, que contará com equipes multidisciplinares e instituições parceiras para a definição de novas estratégias assertivas de combate.
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De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado, entre janeiro e 21 de maio de 2024, foram registrados 699 novos casos de tuberculose na área do Departamento Regional de Saúde (DRS) da Baixada Santista.
A doença não é sazonal — ou seja, não sofre variações ao longo do ano — e, por isso, os dados são analisados anualmente.
O Plano Estadual de São Paulo pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública (2022-2025) tem como foco a redução de incidência e mortalidade por meio de três pilares: prevenção centrada na pessoa, políticas públicas integradas e pesquisa e inovação.
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Praia Grande conta com o Centro de Referência e Atendimento a Tuberculose e Hanseníase (CRATH), que atua junto a 31 Unidades de Saúde da Família. Casos mais graves são encaminhados a serviços especializados em Santos.
São Vicente registrou 198 casos em 2024. O tratamento é supervisionado nas 26 UBSs da cidade.
Peruíbe segue o protocolo do Ministério da Saúde e intensifica a busca ativa entre a população vulnerável.
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Bertioga apresentou 133 pacientes em tratamento em 2024, sendo 89 novos casos. A cidade elaborou um Plano Municipal de Controle da Tuberculose com ações como capacitação das equipes, intensificação do tratamento supervisionado e rastreamento de contatos.
Mongaguá registrou queda nos casos, com 72 em 2024 (contra 92 em 2023). A cidade mantém protocolos rígidos de acompanhamento, busca ativa e visitas domiciliares.
Itanhaém informou que atualmente conta com 67 pacientes em tratamento. Os casos são acompanhados pelas Unidades de Saúde da Família (USF) de referência, com visitas mensais e supervisão do Tratamento Diretamente Observado (TDO) por profissionais de saúde. A cidade também realiza campanhas anuais de busca ativa em comunidades terapêuticas, populações vulneráveis e nas próprias unidades de saúde, com o objetivo de detectar casos suspeitos por meio da baciloscopia de escarro.
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A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que atinge prioritariamente os pulmões. O principal sintoma é tosse persistente por mais de três semanas. Outros sintomas incluem febre, sudorese noturna e perda de peso.
O tratamento é gratuito pelo SUS e dura, em média, seis meses, podendo ser estendido. Pessoas que convivem com pacientes diagnosticados também devem ser avaliadas nas unidades de saúde.
A vacina BCG, que protege contra as formas graves da doença, está disponível na rede pública para crianças de até 4 anos. A taxa de cobertura vacinal no Estado está em 90%, atingindo a meta nacional.
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A elevada incidência de tuberculose no litoral paulista, especialmente em Santos, exige respostas rápidas, integradas e sustentáveis. Além de reforçar a infraestrutura de saúde, é essencial investir em melhoria das condições habitacionais, educação sanitária e apoio social para garantir o sucesso no combate à doença e alcançar as metas propostas até 2030.