O dono da ideia é o israelense Amit Gelbard, de 29 anos. / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL
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Já faz um tempo que os quiosques da orla santista deixaram de viver das clássicas e rotineiras porções servidas à beira mar. De uns anos pra cá, o cardápio caiçara tem se renovado e vem mudando a proposta do comércio praiano. Tanto que já é possível comer hambúrguer caseiro com os "pés na areia", tomar um chopp artesanal aproveitando o sol, e até mesmo um sashimi, da aclamada culinária japonesa, pode ser degustado sob a luz da lua.
Agora, a praia do Gonzaga, em frente ao canal 2, ganhou mais uma opção: é o Mazal, primeiro quiosque de Santos a vender comida israelense.
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O dono da ideia é Amit Gelbard, de 29 anos. Nascido e criado em Israel, Amit chegou a trabalhar por algum tempo no restaurante que a família mantém em seu país de origem. Depois, foi morar nos Estados Unidos e, pela internet, conheceu a brasileira que conquistou seu coração. A partir daí, tudo mudou.
Amit voou para São Paulo para conhecer a moça que acabou virando sua esposa. Os dois decidiram sair da Capital e morar em Santos, porque Amit ama praia.
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"Não gostei de São Paulo, muito cheio, muita gente. Vim a Santos para passar um carnaval e adorei a cidade. Quando pensei em abrir um restaurante tinha certeza que seria aqui", explica ele, em hebraico.
Saber essa história só foi possível graças a David Hepner, sócio de Amit, e o tradutor da conversa. Hepner é jornalista, mas depois do fechamento de uma revista de música onde trabalhava, em São Paulo, decidiu tentar outros ares.
"Sou descendente de israelenses e cheguei a morar em Israel por três anos, mas voltei porque minha vida toda está aqui", diz.
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O primeiro negócio começou na Rua Euclides da Cunha, no ano passado. Mas, Amit queria ficar ainda mais perto da praia e decidiu investir no quiosque. É ele quem cozinha tudo o que é servido aos clientes, ao mesmo tempo em que ensina os segredos da cultura gastronômica de seu país a Tainá Andrade, a atendente do local.
"Eu estou aprendendo a cozinhar e a vender os pratos para os clientes, porque os que não conhecem a culinária israelense se assustam com o cardápio", explica Tainá.
O idioma não está sendo problema, já que ela conta com Hepner para traduzir as orientações, enquanto Amit arrisca devagar algumas frases em português.
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O novo quiosque é uma boa oportunidade para conhecer um pedacinho de Israel gastando menos do que nos restaurantes que oferecem os mesmos pratos.
DELÍCIAS SEM CARNE
Entre as opções, um fator chama a atenção: comida leve. Isso porque os israelenses quase não comem carne, o que é um prato feito para vegetarianos, veganos, e também para quem ainda não conseguiu tirar a carne da dieta alimentar, mas nem por isso deixa de provar novos paladares, ou já sabe da importância em diminuir o consumo de carne.
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"O que a gente serve aqui é comida de rua de Israel, o que o turista come quando passeia por lá", diz David.
O país divide muitas receitas com os vizinhos árabes, africanos e mediterrâneos, por isso os pratos são fortes em temperos e cores.
Um dos mais tradicionais é o Tabule, feito com trigo, pepino, tomate, salsa e cebolinha, temperada com azeite, limão, sal e pimenta-do-reino. O delicioso pão Pita (pão sírio) caseiro, feito no próprio quiosque, é o acompanhamento.
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Já o Shakshuka é um refogado caseiro de tomate com dois ovos, temperado com alho, salsa e especiarias, servido com um pão pita e acompanhamento, que pode ser carne moída, berinjela, entre outros.
O carro-chefe é o Falafel: os saborosos bolinhos de grão-de-bico fritos, acompanhados de arroz com salsa e cebola caramelizada - opção totalmente vegana. Há ainda diversos tipos de saladas, molhos, lanches e combos.
FUTURO
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Questionado sobre os próximos passos, Amit explica que por enquanto está feliz em Santos e aproveitando a oportunidade de dividir com mais pessoas os pratos servidos na 'Terra Santa'.
"Estamos na fase de conquistar os clientes, explicar o que é cada prato e fazê-los voltar". Tainá diz que quem prova, sempre volta.