Cotidiano
Estrutura de R$ 153 milhões faz parte do projeto Santos Mais e promete ampliar o sistema de drenagem na região; confira detalhes
Estação Elevatória 6 vai atender uma área de aproximadamente 2 km², beneficiando diretamente o bairro do Saboó / Divulgação/PMS
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Santos deu mais um passo importante no enfrentamento às enchentes da Zona Noroeste. A Prefeitura assinou contrato para a construção da Estação Elevatória com Comportas (EEC) 6, no bairro Saboó, em parceria com a empresa Terracom Construções.
O investimento total é de R$ 153,3 milhões, e as obras devem começar até o fim deste ano, com prazo contratual de 42 meses, incluindo a operação assistida após a entrega.
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A nova estação faz parte do projeto de macrodrenagem Santos Mais, que prevê a implantação de 14 estações elevatórias em diferentes bairros da Zona Noroeste.
O objetivo é modernizar o sistema de drenagem e reduzir os alagamentos crônicos causados pela combinação de chuvas intensas e maré alta.
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Segundo a Prefeitura, a Estação Elevatória 6 vai atender uma área de aproximadamente 2 km², beneficiando diretamente o bairro do Saboó — com exceção das ruas próximas e paralelas à Nossa Senhora de Fátima.
O projeto prevê oito conjuntos de bomba vertical a diesel, cada um com capacidade de 2,5 m³ por segundo e vazão de 20 m³, volume suficiente para esvaziar uma piscina olímpica em apenas dois minutos.
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A obra será executada em paralelo à canalização do Rio Lenheiros, também no Saboó, fruto de parceria entre a Prefeitura, o Governo Federal e a MRS Logística, que investirá cerca de R$ 100 milhões na intervenção.
A EEC6 é uma das quatro estações com recursos já garantidos por meio de financiamento junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), que destinou US$ 105 milhões para o programa de macrodrenagem, acessibilidade e sustentabilidade de Santos.
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Além da EEC6, o pacote inclui as estações EEC4 (Rádio Clube), EEC9 (Chico de Paula) e EEC2 (Santa Maria/Bom Retiro). Outras unidades previstas ainda dependem de novos financiamentos estaduais, federais ou internacionais.
Há também um recurso federal complementar que beneficiará diretamente as EEC6 e EEC9.
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Desde maio de 2023, já está em funcionamento a EEC7 Engenheiro Marcos Diniz, localizada na Avenida Haroldo de Camargo.
O equipamento beneficia os bairros Castelo e Areia Branca, com capacidade para 4,25 milhões de litros — equivalente a quase duas piscinas olímpicas.
As três bombas da EEC7, importadas da Alemanha, possuem vazão de 6 mil litros por segundo, o que equivale a encher uma piscina olímpica em cinco minutos.
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Outra frente importante é a EEC0, planejada para a entrada da cidade, ao lado do supermercado Assaí. O projeto, desenvolvido em parceria com a Ecovias, MRS Logística e Autoridade Portuária de Santos (APS), prevê a criação de um reservatório e uma estação com capacidade de bombeamento de 5 m³ de água por segundo.
O amplo plano de drenagem está sendo articulado com as políticas habitacionais e de urbanização da Prefeitura.
Muitas áreas previstas para receber as novas estações estão em regiões com ocupações irregulares e exigem realocação de famílias para conjuntos habitacionais antes do início das obras.
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Essas ações fazem parte de um esforço conjunto que inclui regularização fundiária, construção de novas moradias e o projeto Parque Palafitas, que já tem o piloto em andamento e é considerado um marco na transformação da Zona Noroeste.
“Tudo o que vem sendo executado na Zona Noroeste é parte de um amplo projeto de urbanização que engloba habitação digna, infraestrutura urbana, ampliação de serviços e geração de emprego e renda”, afirmou o prefeito Rogério Santos. “São ações planejadas tecnicamente, que trarão grandes avanços na qualidade de vida das pessoas que moram nesta importante região da cidade.”
As estações de drenagem funcionam de forma automatizada e se adaptam às condições climáticas e de maré. A EEC7 Engenheiro Marcos Diniz, por exemplo, opera em quatro modos diferentes:
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Chuva fraca e maré baixa: comportas abertas; a água escoa naturalmente para o Rio dos Bugres.
Chuva forte e maré baixa: parte da água é retida e controlada pelas comportas.
Chuva fraca e maré alta: comportas se fecham e a água é armazenada no reservatório até o nível baixar.
Chuva forte e maré alta: todas as bombas são acionadas simultaneamente para lançar a água acumulada no rio.
O mesmo princípio será aplicado às novas estações, que, em conjunto, devem aumentar significativamente a capacidade de drenagem da Zona Noroeste — uma das regiões mais afetadas por alagamentos em Santos.