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Cotidiano

Santista muda do jornalismo para a confeitaria e faz mais de 30 festas por mês

Guinada na vida profissional aconteceu após chegada do primeiro filho da confeiteira Carolina Fernandes.

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 08/04/2019 às 08:40

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A Carolina Fernandes Confeitaria está no Instagram e no Facebook. / Nair Bueno/DL

Deixar uma profissão que amamos nunca é uma tarefa fácil. Mas e quando a troca é por outra paixão e as coisas dão certo? Podemos dizer que esse é o resumo da trajetória profissional da ex-designer gráfica e confeiteira Carolina Fernandes. A santista que esteve na diagramação de um jornal da cidade por cinco anos, hoje é sucesso no ramo de festas e doces decorados com seu ateliê especializado, realizando mais de 30 festas ao longo do mês.

A decisão de mudar de área teve um motivo: Miguel. Para não perder a fase de crescimento de seu filho, Carolina decidiu que era a hora de deixar o jornalismo. "Eu já tinha essa vontade de trabalhar com doces. Não que eu não gostasse do jornalismo, pelo contrário, eu sempre amei diagramação e ser designer gráfica, mas por conta do nascimento dele e querer acompanhar de perto, optei por ficar só com os doces", conta.

A mudança não aconteceu de forma abrupta. Os doces começaram durante o emprego anterior. "Eu entrava no jornal a tarde e durante a manhã trabalhava com doces. Mesmo durante a gravidez conseguia conciliar as duas profissões. Depois que ele nasceu eu não consegui e tive que sair do jornal", explica.

Uma das principais preocupações no começo da nova carreira era a financeira. Sem a estabilidade de um emprego com carteira assinada, Carolina dependia do número de festas que fazia ao mês. "Foi um pouco difícil porque você não tem uma consolidação de renda fixa, como era no jornal, e estava galgando as coisas, não estava consolidada na área", afirma.

Porém, após se dedicar somente a confeitaria, as coisas aconteceram de forma muito rápida. "Consegui dar conta e ter muitos clientes. O boca a boca foi fundamental. As pessoas gostavam dos doces e iam indicando. Foi difícil no começo, mas foi por pouco tempo. A gente toma um tombo aqui e ali, mas faz parte e te faz crescer".

Financeiramente, a decisão mais do que compensou e o ritmo de trabalho é intenso.

"Já chegamos a fazer 17 festas por semana. Hoje a média é de 10 festas. Isso varia um pouco para mais ou para menos. Por mês, fazemos de 35 a 40 festas na Carolina Fernandes Confeitaria, quando estamos no ritmo normal de trabalho. Financeiramente foi a decisão mais acertada da minha vida. Hoje ganho muito mais do que quando trabalhava com jornalismo", diz.

Sucesso na área, a confeiteira fala em privilégio por ter feito na vida o que sempre gostou. "Amei o jornalismo. Eu falo para todos que sou privilegiada, pois todos buscam na vida alguma coisa que sinta prazer, que se apaixone, e eu tive o prazer de fazer duas coisas: a diagramação e meus doces. Sou apaixonada pelas duas áreas".

Apesar da mudança radical, o jornalismo ainda se faz presente na confeitaria.

"Trouxe o planejamento gráfico para organizar os elementos nas festas. Consegui trazer a organização de diagramar um jornal para elas, além da parte de divulgação nas redes sociais", conta.

E as semelhanças continuam. "A correria de fechar o jornal é a mesma de entregar uma festa perfeita, pois trabalhamos com data e hora. No jornal, temos prazos para entregar porque o ele precisa rodar na hora certa e 5 ou 6 horas da manhã estar nas bancas. Com as festas é a mesma coisa. Existe um horário de entrega no dia da festa e tem que estar tudo pronto. Então a correria é a mesma. Eu mudei de área mas meu ritmo de trabalho é o mesmo", afirma.

A rotina e a correria de uma redação não fazem mais parte da vida de Carolina Fernandes, mas a saudade fica. O que conforta, segundo ela, é a sensação de dever cumprido e o reconhecimento dos clientes.

"Sinto falta até hoje do jornalismo, dos amigos que fiz, mas a minha realidade é outra. A sensação de entregar uma festa perfeita é a melhor possível. A gente lida com isso toda semana, graças a Deus. O retorno positivo de todo o trabalho é o elogio no final da festa ou no dia seguinte, quando mandam fotos", diz. 

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