Santista começou a se aventurar no esporte eletrônico desde muito novo / Divulgação/paiN Gaming
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Em 2013, quando ainda cursava o ensino médio no colégio Universitas, em Santos, Matheus Baronti Monteiro Borges carregava consigo um recorrente dilema na adolescência: qual curso seguir no futuro? Como transformar uma paixão em profissão? No caso de Matheus, a resposta aconteceu de forma curiosa e serve para retratar o sonho de tantos garotos. Apaixonado por games, hoje, aos 19 anos, ele leva a vida como um cyber-atleta, como são chamados os profissionais do mundo virtual.
Conhecido como “Mylon” entre os praticantes e apaixonados pela modalidade, o representante santista começou a se aventurar no esporte eletrônico desde muito novo e, atualmente, é uma das grandes estrelas do Brasil no League of Legends – jogo estratégico de computador que reúne mais de 150 milhões de apaixonados pelo mundo –. A antiga dúvida, que tanto preocupava os seus pais durante toda a adolescência, hoje é motivo de orgulho em toda a família.
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“Meus pais sempre foram bastante rígidos quanto ao meu hábito de jogar no computador. Eles exigiam boas notas na escola e a prática de algum esporte, e, mesmo assim, me limitavam bastante quanto ao uso. As coisas começaram a ficar um pouco mais tranquilas quando, com 15 anos, voltei pra casa com 12 mil reais “no bolso” após meu primeiro Campeonato Brasileiro”, afirmou o jogador, em entrevista concedida ao jornal Diário do Litoral.
De fato, os números assustam àqueles que não conhecem detalhes do cenário de esportes eletrônicos. Os jogadores ganham, em média, salários de R$ 4 mil, e os campeonatos nacionais podem distribuir até R$ 200 mil em premiação. Em termos mundiais é mais impressionante. A equipe sul-coreana SK Telecom T1 faturou o torneio, em 2015, e a bagatela de R$ 2 milhões. Ao DL, Mylon preferiu não dar detalhes de seu ordenado, mas revelou a forma de pagamento.
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“Por motivos contratuais, eu prefiro não dar detalhes sobre esse assunto. Mas posso dizer que o dinheiro vem de várias formas, como um salário fixo, bonificações por desempenho, premiações de campeonatos, patrocínios pessoais, e streaming (transmissão ao vivo do seu jogo para telespectadores do mundo inteiro)”, completou o cyber-atleta.
Vida de atleta
Devido grande desempenho ainda garoto, Matheus começou a despertar o interesse de diversas equipes e hoje mora, ao lado de outros cinco cyber-atletas, numa “Gaming House”, localizada na cidade de São Paulo. Os jogadores representam a paiN Gaming e lá se preparam para disputa de campeonatos nacionais e internacionais. Assim como outros atletas, possuem objetos de trabalho e contratos profissionais para exercerem suas profissões.
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A rotina de trabalho é de causar inveja em muita gente que acorda cedo para correr atrás do pão de cada dia. Segundo relatado por Mylon, ele costumar acordar por volta das 11h e joga, em média, cerca de dez horas por dia, intercalando períodos de descanso e outras atividades. As horas de trabalho são obrigatórias apenas durante a semana (segunda à sexta-feira), e eles não precisam “bater o ponto”, como acontece em diversas empresas.
Nos finais de semana e feriados, os esportistas, em sua maioria, aproveitam folga para visitar as suas famílias ou sair com amigos, já que a rotina de trabalho impõe longo convívio com outros atletas. Dois psicólogos acompanham o dia a dia da equipe paiN Gaming.
“Temos uma relação bem saudável dentro da casa, na qual cada membro tem ciência de que somos diferentes uns dos outros. Os nossos psicólogos ajudam resolver quaisquer problemas que venham a ocorrer”, finalizou Matheus.
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Popstar
Bicampeão brasileiro de League of Legends, Matheus é visto como grande atleta na modalidade em nível nacional e possui até fã-clube nas redes sociais. Em sua página oficial no Twitter, por exemplo, ele tem cerca de 161 mil seguidores.
O grande número de fãs subiu ainda mais depois que ele protagonizou jogada marcante na grande final do Brasileiro, em 2015. Na época, colocando em fácil entendimento, ele destruiu a base inimiga sozinho. A jogada foi considerada histórica, já que o League of Legends requer grande estratégia em grupo para destruição do poderio rival, principal objetivo na partida.
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“É muito legal esse carinho do público. Eu diria ainda que é algo natural, passei a ser reconhecido pelo meu bom trabalho e me esforço para manter assim”, finalizou.