Novo valor leva em conta inflação, PIB e trava fiscal que limitou ganho acima da inflação / José Cruz/Agência Brasil
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O salário mínimo terá reajuste de R$ 103 em 2026 e passará de R$ 1.518 para R$ 1.621, conforme decreto assinado na última semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O aumento corresponde a uma alta de 6,79% em relação ao valor vigente em 2025 e segue a regra em vigor desde 2024, que considera a inflação e o crescimento da economia.
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A inflação utilizada no cálculo foi o INPC acumulado em 12 meses até novembro de 2025, que ficou em 4,18%, segundo o IBGE. A esse índice soma-se o crescimento do PIB de 2024, que avançou 3,4%. No entanto, o arcabouço fiscal limita o ganho real acima da inflação a 2,5%, o que reduziu o impacto total do PIB no reajuste.
Sem essa limitação, de acordo com cálculos do Dieese, o salário mínimo chegaria a R$ 1.636, ou seja, R$ 15 a mais do que o valor definido pelo governo.
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O Dieese estima que 61,9 milhões de brasileiros têm renda vinculada ao salário mínimo. Desse total, 29,2 milhões são beneficiários do INSS, 17,6 milhões são empregados formais, 10,7 milhões trabalham por conta própria e 3,8 milhões são trabalhadores domésticos.
Ainda segundo a entidade, o reajuste deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia em 2026, sendo quase R$ 40 bilhões destinados ao pagamento de benefícios previdenciários.
Desde 2002, quando o mínimo era de R$ 200, o valor acumulou uma alta de 710,5%, quase o dobro da inflação medida pelo INPC no período (306,7%), aponta o Dieese.
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