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Cotidiano

Saiba como combater o caramujo africano, comum nas cidades da Baixada Santista

A remoção do animal pode ser feita por qualquer adulto, desde que esteja com luvas e calçados fechados

Da Reportagem

Publicado em 01/07/2019 às 18:35

Atualizado em 01/07/2019 às 18:35

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O caramujo africano está presente em jardins e terrenos / Divulgação/PMS

Um animal sem predador natural, que libera de 200 a 500 ovos de uma só vez e transmite doenças. Esse é o caramujo africano, presente em jardins e terrenos, e que impõe um grande desafio para ser eliminado.

A remoção do animal pode ser feita por qualquer adulto, desde que esteja com luvas e calçados fechados. O caramujo deve ser depositado em um saco plástico preto grosso, só na sequência deve ser aplicado sal grosso ou refinado no animal, para desidratá-lo e consequentemente, levá-lo à morte.

"É importante jogar o sal apenas depois de colocar o caramujo no saco porque, instintivamente, o animal libera de 200 a 500 ovos quando em contato com o sal. Depois, basta esperar um pouco para fechar bem o saco e quebrar as cascas do caramujo e ovos que o animal tenha liberado. As luvas usadas também devem ser descartadas", enfatiza Gilnar Evandra Fernandes, chefe de atividades técnicas da fiscalização da Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz).

No entanto, após a eliminação do caramujo o trabalho não termina, pois ele pode ter depositado seus ovos na terra, que eclodem a partir da combinação de calor e chuva.  Por isso, a presença de caramujos é persistente em alguns locais.

Para evitar o reaparecimento, é necessário fazer a catação manual dos ovos. Sempre utilizando luvas, deve-se revolver a terra e retirá-los – são bolinhas em tom amarelo claro, quase branco. Esses ovos devem ser colocados em um saco plástico e quebrados.

"É um processo que deve ser realizado sempre que aparecer um caramujo e até que não se encontrem mais vestígios", explica Gilnar.

Em grandes terrenos, é mais comum os proprietários contratarem empresas de desinsetização para remover o animal a partir do uso de pesticidas usados para o controle de moluscos, mas que contaminam o solo, de forma a não ser possível uma plantação em curto prazo, por exemplo.

Prevenção

Os caramujos sobem e descem muros, atravessam a rua, ou seja, se deslocam no meio urbano de forma a encontrar um lugar aterrado para sobreviver e depositar seus ovos. Alguns ovos também podem ser depositados por pássaros, embora seja uma possibilidade mais remota. Passar cal no muro é uma forma de prevenção ao animal, já que a cal também o desidrata.

Perigos

O caramujo africano pode transmitir duas doenças: a meningite eosinofílica e a estrongiloidíase.

O verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, pode se tornar parasita do caramujo africano de duas formas: penetração direta no corpo do molusco ou pela ingestão de fezes de roedores contaminadas.

A infecção em humanos ocorre quando é feita a ingestão do muco (gosma) que o caramujo libera para facilitar o seu deslizamento. Por isso, é tão importante lavar e deixar de molho as hortaliças.

A doença tem evolução benigna, mas com sintomas que podem durar de dias a meses: distúrbios visuais, dor de cabeça forte e persistente, febre alta, e sensação de formigamento, queimação e pressão na pele. Nem sempre ocorre rigidez na nuca, como em outros tipos de meningites.

Já a estrongiloidíase é causada pelo verme Strongyloides stercoralis, que pode penetrar na pele do ser humano, atingindo os pulmões, traqueia e epiglote, e depois migrando para o sistema digestivo, tornando-se parasita do intestino. Os sintomas mais comuns são tosse seca, dispneia ou broncoespasmo, edema pulmonar; diarreia, dor abdominal; podendo ser acompanhada por anorexia, náusea, vômitos, dor epigástrica.

Em sua forma grave, a  estrongiloidíase apresenta febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias manifestações pulmonares (tosse, dispneia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e angústia respiratória). Quando não tratada, pode levar à morte.

Denúncias

A Sevicoz não realiza a eliminação dos caramujos africanos em locais particulares e públicos, mas orienta e intima a realização da remoção dos moluscos.

Qualquer munícipe pode solicitar a presença da Sevicoz para avaliar uma situação e orientar o responsável com relação à eliminação de caramujos africanos. Basta entrar em contato com a Ouvidoria Municipal pelo telefone 162, de segunda a sexta, das 8 às 18h, no site www.santos.sp.gov.br/ouvidoria  ou  pessoalmente no Paço Municipal (Praça Visconde de Mauá s/nº - térreo).

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