Cotidiano

Sabesp vai diminuir a pressão da água e população pode ficar sem água em SP

Reservatórios estão no nível mais baixo desde 2015 e medida deve atingir 20 milhões de pessoas durante oito horas à noite

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 26/08/2025 às 09:18

Atualizado em 26/08/2025 às 09:34

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Decisão, que deve afetar cerca de 20 milhões de pessoas durante oito horas no período noturno / Pexels

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A Sabesp vai reduzir a pressão da água em toda a região metropolitana de São Paulo a partir da noite desta quarta-feira (27), em medida emergencial contra os efeitos da estiagem. As informações são de Claudinei Queiroz, da Folha.

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A decisão, que deve afetar cerca de 20 milhões de pessoas durante oito horas no período noturno, ocorre porque os reservatórios que abastecem a Grande São Paulo estão em 38,4% da capacidade, o nível mais baixo desde a crise hídrica de 2014/2015.

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Segundo o Governo de São Paulo, não há prazo para encerrar a medida. A expectativa é que ela dure até a chegada das chuvas de primavera, previstas para o fim de setembro.

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Reservatórios em alerta

De acordo com levantamento da SP Águas (Agência de Águas do Estado de São Paulo), agosto registrou apenas 8,3% da chuva esperada na região, o que acelerou a queda no volume útil das represas.

Para comparação: em 25 de agosto de 2014, auge da crise hídrica, os reservatórios operavam com 12,7% da capacidade; em 2015, apenas 9,6%. Hoje, embora os números sejam melhores, especialistas alertam para a necessidade de ações preventivas.

A meta da Sabesp é reduzir em cerca de 4 mil litros por segundo a retirada de água dos mananciais, além de utilizar o sistema de interligação para transferir recursos hídricos entre represas.

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Impacto na população

A diminuição da pressão deve atingir cerca de 20 milhões de moradores, principalmente em áreas mais altas da Grande São Paulo. Quem possui caixa-d’água em casa provavelmente não perceberá os efeitos, mas regiões que já enfrentam dificuldades de abastecimento podem ter torneiras secas no período noturno.

“O objetivo é estabilizar os reservatórios até a chegada das chuvas. Para isso, é fundamental o uso consciente da água pela população”, afirmou Camila Viana, presidente da SP Águas.

A Arsesp informou que fará uma fiscalização rigorosa para garantir que a redução aconteça apenas durante as oito horas previstas.

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Campanhas de conscientização

A Sabesp prepara uma ação de comunicação para informar clientes sobre os horários da medida e incentivar a economia de água. O Governo de São Paulo também lançará campanha educativa, com orientações como: reparar vazamentos, usar chuveiros mais eficientes e acionar máquinas de lavar apenas com carga completa.

Além disso, está em fase final o Protocolo de Escassez Hídrica, que define estágios de alerta para a região metropolitana. Hoje, São Paulo já está em “estado de atenção”. Caso o volume caia para entre 30% e 20%, será declarado “estágio crítico”; abaixo de 20%, a situação passa a ser de “emergência”.

Moradores do Litoral de São Paulo também sofrem. Guarujá sem água: moradores relatam desespero e cobram Sabesp.

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Plano de contingência

Para reforçar a segurança hídrica, a Sabesp utilizará as interligações feitas após a crise de 2014/2015, que permitem transferir água entre os sete principais mananciais da região: Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço.

O sistema também conta com conexões externas, como a do rio Paraíba do Sul, que pode abastecer o Cantareira, e a do rio Itapanhaú, no litoral, interligado ao Alto Tietê. Outras obras de reforço ainda estão previstas, como a ampliação do Baixo Cotia e da represa Rio Grande.

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