Cotidiano
O episódio ocorreu devido a falhas no sistema de bombeamento da Estação Elevatória de Pinheiros, responsável por transportar o esgoto de 3,8 milhões de moradores
Ainda de acordo com a Sabesp, um plano de renovação completa da estação está em andamento, com investimento de R$ 20 milhões, e os novos equipamentos estão sendo fabricados no exterior / Divulgação/Semil
Continua depois da publicidade
A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) anunciou nesta segunda-feira (4) a aplicação de uma multa de R$ 22,7 milhões à Sabesp, após o vazamento de esgoto no Rio Pinheiros, registrado na última sexta-feira (1º).
O episódio, considerado grave, ocorreu devido a falhas no sistema de bombeamento da Estação Elevatória de Pinheiros, responsável por transportar o esgoto de 3,8 milhões de moradores até a Estação de Tratamento de Barueri, na Grande São Paulo.
Continua depois da publicidade
Segundo a Arsesp, a autuação será formalizada nesta terça-feira (5), e a Sabesp terá um prazo de 15 dias para apresentar defesa. Após análise dos argumentos, a agência emitirá uma decisão final sobre a penalidade.
Em nota, a Sabesp reconheceu os problemas na estação e afirmou que as bombas com falha estão passando por manutenção. Como medida emergencial, a companhia instalará quatro bombas auxiliares de menor porte para manter o escoamento do esgoto. A previsão é que os equipamentos entrem em operação em até 20 dias.
Continua depois da publicidade
A empresa também revelou que as bombas em uso estavam com a vida útil vencida há cinco anos e operavam de forma instável, consequência de falta de investimento em manutenção nos últimos anos. Segundo a companhia, os recursos foram priorizados para obras no sistema de abastecimento de água.
Ainda de acordo com a Sabesp, um plano de renovação completa da estação está em andamento, com investimento de R$ 20 milhões, e os novos equipamentos estão sendo fabricados no exterior. A expectativa é que entrem em funcionamento no primeiro semestre de 2026.
A empresa também agora permite pagar contas com Pix ou parcelar no cartão em até 24x
Continua depois da publicidade
Este não é o primeiro incidente ambiental envolvendo a companhia neste ano. Em maio, a Sabesp foi responsabilizada por um vazamento de esgoto na Represa de Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, e recebeu uma multa de R$ 5 mil aplicada pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
Na ocasião, a empresa reconheceu o vazamento, tratou o episódio como pontual e informou ter adotado medidas corretivas. O Ministério Público Estadual também abriu investigação e exigiu um cronograma de obras preventivas.
Como resposta ao caso, a Sabesp lançou um plano de universalização do saneamento no entorno da Represa de Guarapiranga, que abastece cerca de 4 milhões de pessoas. O projeto prevê a instalação de 23 novas estações elevatórias de esgoto, além de 650 km de redes novas até 2029, conectando 90 mil imóveis à rede de coleta. O investimento estimado é de R$ 2,57 bilhões.
Continua depois da publicidade
Os episódios acontecem em um momento simbólico: a Sabesp completou, no último dia 23 de julho, um ano de sua desestatização. Os recentes vazamentos e multas acendem o alerta sobre a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura e manutenção, especialmente em áreas críticas como estações elevatórias e redes de esgoto em regiões densamente habitadas.
A multa milionária imposta agora pela Arsesp evidencia os desafios da nova gestão da companhia frente à missão de garantir saneamento básico com eficiência e responsabilidade ambiental em uma das maiores metrópoles do país.