Cotidiano

Roubos no centro de São Paulo caem 60% após fim do fluxo de dependentes

Ações conjuntas de segurança, prisões e monitoramento reduziram crimes e devolveram tranquilidade à região central

Luna Almeida

Publicado em 12/11/2025 às 22:28

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A expressiva queda acompanha uma série de medidas implementadas pelo Governo do Estado / Divulgação/SSP-SP

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Seis meses após o esvaziamento das antigas cenas abertas de uso de drogas na região central de São Paulo, os números comprovam uma transformação histórica. 

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De acordo com levantamento das polícias Civil e Militar, os roubos no entorno dos distritos de Campos Elíseos (3º DP) e Santa Cecília (77º DP) caíram 63% entre maio e setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Foram 1,3 mil ocorrências registradas, o menor índice dos últimos 25 anos.

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A expressiva queda acompanha uma série de medidas implementadas pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de São Paulo, com reforço no policiamento, prisões de faccionados e ações integradas de combate ao tráfico. 

O coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), tenente-coronel Rodrigo Vilardi, explica que a redução está diretamente ligada à reorganização da região:

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“O centro da capital deixou de ser atrativo para o crime. Intensificamos o efetivo policial e as investigações da Polícia Civil, que resultaram em prisões importantes e na interceptação de drogas antes que chegassem às antigas áreas de uso.”

Reflexo direto no cotidiano

Para o delegado Carlos Eduardo Carvalho, titular da 1ª Delegacia Seccional, o impacto da desocupação vai além dos números:

“A presença constante de usuários que cometiam pequenos furtos e roubos para sustentar o vício contribuiu por anos para a insegurança da área. Com a saída dessas pessoas e a repressão ao tráfico, o cenário mudou completamente.”

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Queda expressiva nos crimes patrimoniais

Os índices de outros crimes também registraram forte retração. Roubos de veículos caíram de 24 para apenas 6 ocorrências entre maio e setembro, o segundo menor número da série histórica. 

Os roubos de carga despencaram de 19 para 1 caso, e os furtos em geral diminuíram quase 30%, passando de 6,2 mil para 4,4 mil registros. Já os furtos de veículos recuaram de 119 para 87 casos.

Vilardi destaca que o resultado é fruto de um esforço contínuo:

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“Ainda há muito trabalho a ser feito para evitar o retorno das aglomerações, mas hoje temos menos vítimas, mais segurança e uma região central novamente frequentada por moradores e comerciantes.”

Desmonte das facções e reestruturação da segurança

Logo no início da atual gestão, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) iniciou um monitoramento detalhado da área central, promovendo operações conjuntas com outras pastas municipais. 

Foram entregues novas unidades, como a sede da Força Tática do 7º Batalhão Metropolitano e a 3ª Companhia da Rocam do Baep, além da incorporação de 400 policiais ao efetivo local.

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A Operação Downtown foi um dos marcos desse trabalho, resultando na prisão de lideranças de facções criminosas e na interdição de hotéis, pensões e ferros-velhos usados para lavagem de dinheiro. As investigações levaram à apreensão de mais de R$ 200 milhões em bens.

Separação entre usuários e criminosos

Com foco em uma abordagem mais humanizada, as forças policiais receberam treinamento especializado para distinguir dependentes químicos de criminosos. 

Os usuários passaram a ser encaminhados ao Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, do Governo de São Paulo, garantindo acolhimento e tratamento adequados.

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Paralelamente, a instalação de novas câmeras de monitoramento inteligente na região central, voltadas para identificação de procurados e pessoas desaparecidas, ampliou a capacidade de vigilância e afastou criminosos que antes se escondiam no fluxo.

O resultado, segundo as autoridades, é um centro mais seguro, revitalizado e sob controle, símbolo de uma nova fase na política de segurança pública da capital paulista.

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