Robinho está cumprindo pena após condenação por estupro coletivo / Rafael Ribeiro/CBF
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O escritor e jornalista Ulisses Campbell, autor do livro "Tremembé: O presídio dos famosos", revelou aos podcasts Flow e Ticaracaticast que o ex-jogador Robinho não está se adaptando à rotina e tem "falado sozinho" no pátio da penitenciaria. O ex-atacante foi condenado à nove anos de prisão por participar de estupro coletivo na Itália. Ele está preso no Brasil desde março de 2024.
"Eu diria que ele não está adaptado [ao ambiente prisional]. Os últimos relatos que eu tive, é que ele está andando pelo pátio, falando sozinho", comentou Campbell, acrescentando que fontes dizem que Robinho segue negando a autoria do crime. "Ele não está adaptado na cadeia. Acho difícil ele se adaptar, [pois] se adaptar é aceitar a condição".
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"No caso do Robinho, ele não internalizou que cometeu crime. Ele se diz inocente até agora. Ele acha que é uma condenação injusta, ele não teria cometido crime - segundo ele", seguiu o escritor. Confira um recorte da entrevista ao canal Flow.
Nas entrevistas, Campbell também comentou que houve um aumento significativo no número de visitantes na penitenciária para ver o ex-atleta, que tem utilizado seu tempo livre para treinar times dos carcereiros e demais presidiários. Ao que tudo indica, é que ele passou a ser tratado como celebridade pelos familiares de outros presos.
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"As visitas no fim de semana aumentaram 30% por conta dele. Eu conversei com um preso lá que falou: 'Cara, meu filho não vinha me visitar tem um ano, o Robinho veio pra cá, ele veio para ver o Robinho no pátio'", relatou Campbell. "Ele é um astro. Qualquer preso que chegue com esse brilho dele... E não é qualquer celebridade, o cara jogou na Seleção, [...] já chega com essas regalias, porque a própria comunidade vai cuidar dele ali".
O jornalista Ulisses Campbell também acrescentou que Robinho tem ajudado outros detentos oferecendo orientação jurídica, especialmente àqueles que dependem da Defensoria Pública para a revisão das penas. Em troca, ele não participa dos serviços de limpeza e mantém uma rede de proteção em Tremembé.
“Ele divide cela com um preso. Ele é um ‘astro’. Qualquer preso que chegue com essa alcunha dele, ele já jogou na seleção…a própria comunidade vai cuidar dele. Ele disse que os presos vão contando os dramas para ele. O maior problema dos presos é não ter advogado para acompanhar a execução penal”, explicou o jornalista.
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“O livro explica muito bem essa hierarquia. Ela funciona muito bem. Os famosos tem a questão social. Os presos que tem muita grana como Robinho, acaba sendo protegido e bajulado por quem tá na base da pirâmide. A maior parte da comunidade carcerária é gente pobre”, completou Ullisses.
Robinho foi condenado, em janeiro de 2022, pela Justiça italiana por um crime coletivo de violência sexual ocorrido no ano de 2013. A condenação foi homologada no território brasileiro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2024. Ele cumpre a sentença na Penitenciária de Tremembé, localizado no interior de São Paulo.
Em fevereiro deste ano, Robinho pediu a diminuição penal após a conclusão de um curso à distância de eletrônica, rádio e TV. Mas o plenário entendeu que ele deve seguir recluso até o final da pena.
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