O escorpião-amarelo é considerado o mais venenoso entre as espécies encontradas no Brasil e, por isso, sua presença em áreas urbanas acende um alerta / Divulgação/Butantan
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O Brasil enfrenta uma "epidemia silenciosa" de acidentes com escorpiões, com um crescimento alarmante de 150% no número de casos registrados em menos de uma década, entre 2014 e 2023.
Somente neste ano, o Ministério da Saúde confirmou mais de 126.637 mil acidentes, com 148 mortes. São Paulo lidera o ranking nacional, com 28 mil ocorrências. O cenário é uma tendência histórica, não apenas sazonal, e exige atenção redobrada, especialmente nesta época do ano.
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Embora a picada ofereça riscos a qualquer pessoa, crianças e idosos são considerados os mais vulneráveis aos efeitos do veneno, sendo o perigo maior para crianças menores de 5 anos. Nesses casos, o veneno age de forma mais intensa devido ao menor porte da vítima, e o atraso no diagnóstico é comum.
Especialistas ressaltam que a dor da picada de escorpião é intensa e desproporcional ao tamanho da lesão, o que difere de picadas de insetos comuns. A atenção deve ser imediata.
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"Em caso de picada de escorpião, a orientação é procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo, evitando medidas caseiras, já que o atendimento rápido faz toda a diferença", alerta Dayanna Palmer, especialista médica da Afya.
Além da dor intensa e localizada, a disseminação do veneno pode causar agitação e irritabilidade, aumento da salivação, tremores e espasmos musculares, taquicardia (coração acelerado) ou dificuldade para respirar.
É importante evitar medidas caseiras, não automedicar a vítima, não fazer torniquete ou amarrar o membro picado pelo escorpião, nem tentar sugar o veneno. Além disso, é melhor não aplicar pomadas, álcool, café, ou outros produtos caseiros no local.
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O escorpião é um animal noturno que se abriga em locais escuros e úmidos. As especialistas recomendam manter os quintais e ambientes limpos, sem entulhos, pilhas de madeira ou restos de lixo, bem como vedar frestas, buracos, ralos e soleiras de portas.
Outras recomendações são afastar berços e camas das paredes, não deixar roupas de cama encostando no chão e utilizar calçados fechados e sacuda roupas, toalhas e sapatos antes de usar, especialmente se estiveram no chão ou armazenados em cantos.