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A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta quarta-feira que o número de civis atingidos no Afeganistão aumentou 23% nos primeiros seis meses do ano e responsabilizou a insurgência pela grande maioria dos mortos e feridos.
Em seu relatório semestral sobre acidentes com civis, a Missão de Assistência da ONU para o Afeganistão (UNAMA)descobriu que bombas e minas de fabricação caseira, geralmente colocada perto de vias, foram a principal causa de mortes e ferimentos.
O documento também detectou o preocupante aumento de mortes e ferimentos em confrontos terrestres envolvendo forças de segurança afegãs e insurgentes, que tentam recuperar territórios perdidos, especialmente no leste e no sul do país.
Os insurgentes intensificaram seus ataques em áreas de onde tropas estrangeiras se retiraram ou estão em processo de retirada. A maior parte das forças estrangeiras deve deixar o país neste ano e se retirar completamente até o final de 2014.
Os planos dos Estados Unidos e seus aliados de manterem parte dos militares após essa data ainda não foram estabelecidos e dependem da assinatura de um acordo de segurança entre Afeganistão e Estados Unidos.
Georgette Gagnon, chefe da missão de assistência da UNAMA, disse que a organização documentou que 1.319 civis foram mortos e 2 533 ficaram feridos entre janeiro e junho.
"Há aumentos em áreas em disputa", disse Gagnon a respeito de confrontos em terra, que causaram 25% de todos os incidentes envolvendo civis, atrás das bombas colocadas à margem de vias.
"A transição gradual das responsabilidades de segurança das forças internacionais para forças afegãs e o fechamento das bases militares internacionais foram recebidos com um aumento dos ataques."
Ela disse também que houve um grande aumento no número de ataques contra civis que trabalham para o governo e para o Judiciário e contra prédios da administração civil.
"Este conflito armado trouxe mais danos e sofrimentos nos primeiros seis meses do ano", disse Gagnon a respeito da guerra, que já dura quase 12 anos.
A UNAMA atribuiu 74% dos acidentes sofridos por civis à insurgência, 9% às forças de segurança afegãs e à coalizão internacional, 12% aos confrontos em solo entre forças do governo e insurgentes. Os demais não tiveram seus motivos esclarecidos ou foram atribuídos a explosivos antigos.
O Taleban rejeitou o documento e disse que ele foi fabricado. O grupo também prometeu manter como alvo de ataques funcionários do governo e outros civis afegãos que o grupo acredita ter ligação com a coalizão liderada pelos Estados Unidos ou com o governo do presidente Hamid Karzai.
"Como dissemos anteriormente, a UNAMA prepara seu relatório tendo como base as instruções e recomendações da embaixada norte-americana em Cabul, cujo único objetivo é enganar o povo contra os mujahedin. "Nós rejeitamos este relatório sem fundamentos", declarou o porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, em comunicado.
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