Cotidiano
Autoridades investigam caso que intoxicou 11 servidores de uma unidade de saúde no Sul; substância na bebida ainda não foi identificada
A principal suspeita é a tia de um servidor afastado após denúncias de importunação sexual contra funcionárias da unidade / Pexels
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“Onde eu me encosto, eu durmo.” O relato de um servidor resume os efeitos misteriosos do refrigerante adulterado que intoxicou 11 trabalhadores da saúde em Santa Cecília, no Meio-Oeste de Santa Catarina.
O caso, registrado na terça-feira (21), segue deixando sequelas quase uma semana depois.
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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, oito servidores precisaram ser internados e receberam alta no sábado (25).
Parte deles retornou ao trabalho nesta segunda-feira (27), mas ainda sente os efeitos da substância ingerida. “Parece uma ressaca leve, com dor de cabeça e sonolência o tempo todo”, contou uma das vítimas.
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Entre os intoxicados estão uma médica, uma enfermeira, quatro técnicos de enfermagem, uma recepcionista, uma farmacêutica e dois funcionários dos serviços gerais.
Alguns afirmam não se lembrar do que aconteceu durante o expediente, relatando apagões e lapsos de memória. Todos seguem sendo acompanhados por equipes médicas.
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A Polícia Civil informou que duas pessoas permanecem presas enquanto o caso é investigado. A principal suspeita é a tia de um servidor afastado após denúncias de importunação sexual contra funcionárias da unidade. O homem também foi detido, mas nega qualquer envolvimento.
Durante o interrogatório, a mulher optou por ficar em silêncio. Segundo as investigações, o refrigerante adulterado — um frasco de dois litros — teria sido deixado por ela na unidade. Todos os servidores intoxicados consumiram a mesma bebida.
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O caso de importunação havia sido registrado em outubro deste ano, e os investigadores trabalham com a hipótese de retaliação como motivação para o crime.
As amostras do refrigerante foram encaminhadas ao Instituto Geral de Perícias (IGP), que tenta identificar qual substância foi misturada à bebida. Ainda não há prazo para a conclusão do laudo.
Enquanto isso, os moradores da cidade, de pouco mais de 17 mil habitantes, seguem apreensivos com o episódio. A prefeitura reforçou o acompanhamento psicológico e médico às vítimas e informou que “todas as medidas legais e administrativas estão sendo adotadas”.
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O caso é tratado como intoxicação exógena e tentativa de lesão corporal, mas outras tipificações podem ser incluídas conforme o avanço das investigações.