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O Instituto Médico Legal (IML) de Santos recebeu um aparelho de Raio X em 1997, mas o equipamento nunca foi usado. O aparelho é fundamental para o legista encontrar a bala de um revólver ou fragmentos metálicos dentro de um corpo, durante a necropsia.
Sem o Raio X, resta ao profissional colocar uma luva plástica e ir procurando, com o tato, o projétil ou fragmentos metálicos em uma pesquisa indispensável para o esclarecimento de crimes. E ao fazer a procura com a luva, o legista tem de ter sorte dela não se furar ao encontrar material cortante, como parte de uma costela quebrada.
O aparelho de Raio X não chegou a ser usado porque a Secretaria de Estado da Segurança Pública não conta, em seus quadros, com um profissional para operar a máquina.
Esta situação no IML santista foi revelada ontem à noite pelo médico legista Guilherme Zanutto Cardillo, durante a audiência pública realizada na Câmara de Santos para discutir as precárias condições do imóvel. Problemas estruturais na unidade resultaram em sua interdição por alguns dias, em julho.
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Doação não concluída
O acúmulo de problemas no imóvel, situado no número 1.215 da Avenida Martins Fontes, no Saboó, decorre, em parte, da falta de transferência da matrícula do imóvel onde está localizado o IML, da Prefeitura para o Governo do Estado.
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Segundo o secretário-adjunto da Saúde, Denis Vallejo, um problema jurídico, referente à regularização fundiária do terreno, está prestes a ser solucionado. Por não ser uma questão afeta a sua pasta, ele não deu prazo de quando o impasse pode ser solucionado.
Na Prefeitura, a tramitação chegou à Coordenadoria de Engenharia, Avaliações e Registro Imobiliário (CEACI) no último dia 10.
De acordo com o vereador santista Evaldo Stanislau (PT), independentemente da finalização do processo de doação, o Governo do Estado pode realizar reformas na unidade.
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A deputada estadual Telma de Souza (PT), responsável pela lei municipal doando o imóvel para o Governo do Estado em 1990 (quando era prefeita de Santos), classificou a atual situação do IML como “surreal”. “A Cidade se comporta como se o IML não existisse”.
Telma ouviu de Evaldo Stanislau o pedido para tentar agendar um encontro na Secretaria de Estado da Segurança Pública para expor a situação do IML santista. A deputada foi logo antecipando ser normal a demora da pasta para responder às demandas parlamentares.
Capacidade
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Depois de ser interditado, o IML recebeu outra geladeira frigorífica com capacidade para armazenar dois corpos. A anterior tem 14 vagas, mas duas são usadas para receber fetos ou pedaços de corpos.