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Cotidiano

Rádios AM irão migrar para frequência FM a partir de 2014

A mudança, que será opcional, dependerá ainda da existência de espaço no espectro eletromagnético para a acomodação das estações entre os canais já utilizados pelas rádios FM atuais

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 07/11/2013 às 19:48

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Sem uma solução para mitigar os ruídos e interferências que há anos vêm acabando com a audiência das rádios AM, o governo atendeu aos pedidos do setor e autorizou a migração de mais de 1.700 emissoras do País para a frequência de FM a partir de 2014. A mudança, que será opcional, dependerá ainda da existência de espaço no espectro eletromagnético para a acomodação das estações entre os canais já utilizados pelas rádios FM atuais. Nas grandes cidades, como São Paulo, a migração deve demorar mais para acontecer.

Durante solenidade de assinatura do decreto que possibilitará a mudança nesta quinta-feira, 07, no Palácio do Planalto, o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, admitiu que o setor acreditou por muito tempo que a solução para os ruídos nas transmissões de rádio AM viria com a digitalização do sinal. No entanto, os testes realizados nos últimos anos demonstraram que as interferências causadas por automóveis, eletrodomésticos e até mesmo lâmpadas comuns persistiriam nesse modelo.

"Essa constatação levou a Abert a defender a migração para o FM de mais de 1.700 emissoras. Essa é uma medida justa, que valoriza o pequeno radiodifusor, pois 79% das rádios AM têm até 5 Kw de potência, a grande maioria em cidades de pequeno e médio porte", completou Slavieiro.

Enquanto as rádios AM perderam audiência devido às crescentes interferências nas transmissões, as rádios FM, que desde os anos 80 sempre tiveram maior aceitação entre os públicos mais jovens, passaram a ganhar espaço. Mesmo sem o grande alcance das AM, as FM apresentam sinais mais limpos e também podem ser sintonizadas por dispositivos móveis mais recentes, como celulares e tablets.

As rádios AM irão migrar para frequência FM a partir do ano que vem (Foto: Divulgação)

"Por exemplo, alguns rádios de veículos nem sintonizam mais a AM", comentou o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, durante a solenidade. Segundo ele, o decreto possibilita a extinção do serviço AM em caráter local, mas permitirá a continuidade do serviço com abrangências regional e nacional para as rádios que tiverem interesse.

Canais de TV

De acordo com Bernardo, haverá uma fase de transição na qual os radiodifusores poderão transmitir nas duas frequências, até que a população se adapte. "Acreditamos que essa será uma transição rápida. Quero chamar atenção para um ponto da maior relevância: na hipótese de não haver canal de rádio disponível na localidade, serão utilizadas as frequências dos canais 5 e 6 da televisão", acrescentou.

O ministro explicou que futuramente outras medidas terão de ser adotadas para garantir que os aparelhos de rádio possam sintonizar essas frequências. Também poderá ser criada uma linha de financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Nacional (BNDES) para que as rádios adquiram os equipamentos necessários para a transmissão em FM.

Imaginação

Já a presidente Dilma Rousseff destacou que migração das rádios AM para FM dará condições para a sobrevivência e crescimento das pequenas rádios. Dilma contou que cresceu escutando as transmissões de rádio que, segundo ela, despertam a imaginação dos ouvintes.

"As rádios AM vão manter seus ouvintes e até ganhar mais audiência, propiciando maior poder de negociação com anunciantes Além disso, com novos aplicativos, poderão transmitir para celulares e tablets via internet, chegando também às novas gerações que utilizam esses aparelhos."

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