Cotidiano
Há fatores invisíveis que podem abalar a rotina de um casal e um deles é o cronotipo, o ritmo biológico que determina os horários de maior energia e de maior sonolência de cada pessoa
O cronotipo é uma predisposição individual que indica os horários de maior alerta e produtividade, e os momentos de maior sonolência / Freepik
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Nem sempre o amor e a atração são suficientes para manter o equilíbrio na vida a dois. Há fatores invisíveis que, silenciosamente, podem abalar a rotina de um casal — e um deles é o cronotipo, o ritmo biológico que determina os horários de maior energia e de maior sonolência de cada pessoa.
Martina, por exemplo, se considera feliz no casamento, mas enfrenta dificuldades na intimidade por causa do desencontro de horários com o marido, Ivan.
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“Meu marido é coruja, enquanto eu sou cotovia. Acordo às cinco da manhã, organizo as coisas de casa e levo as crianças à escola. Já ele levanta por volta das oito e meia, e mesmo assim acha cedo. Vai trabalhar às dez e volta só depois das sete da noite. Por isso, perto das nove ou dez da noite ainda está cheio de energia, enquanto eu já estou caindo de sono. Quando ele me convida para a cama, tudo o que eu mais quero é dormir”, conta.
Segundo Martina, o desejo existe, mas o cansaço pesa. “De manhã eu teria disposição, mas para ele é impossível. Mal consegue acordar. Com a chegada dos filhos, ficou ainda mais difícil encontrar um momento em comum.”
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Para a psicoterapeuta Karin Emily, a diferença de cronotipos não deveria ser uma barreira intransponível. “Não está claro se Martina já conversou abertamente com Ivan sobre a falta de satisfação. Talvez ele nem saiba. É verdade que nosso relógio biológico está ligado à produção de hormônios, mas isso não impede que um casal encontre formas de se ajustar. Parece mais uma questão de ambos não quererem sair da própria zona de conforto. Quem realmente quer, encontra um caminho”, avalia.
O cronotipo é uma predisposição individual que indica os horários de maior alerta e produtividade, e os momentos de maior sonolência. Ele é regulado pelo ritmo circadiano, um ciclo biológico de cerca de 24 horas que controla funções como temperatura corporal, sono e liberação de hormônios — principalmente a melatonina (do sono) e o cortisol (do despertar).
Matutino (Cotovia/Passarinho): acorda cedo, produz melhor pela manhã, tem picos de sono antes da meia-noite.
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Vespertino (Coruja): prefere dormir e acordar tarde, sente-se mais produtivo à noite.
Intermediário: maioria da população; apresenta maior flexibilidade e consegue se adaptar a diferentes horários.
Por que conhecer o seu cronotipo pode mudar sua vida?
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Produtividade: ajuda a organizar tarefas nos horários de maior energia.
Saúde do sono: reduz sonolência diurna e melhora a qualidade do descanso.
Bem-estar geral: viver em sintonia com o relógio biológico natural pode reduzir o estresse, melhorar o humor e até fortalecer os relacionamentos.
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Quando cronotipos diferentes se encontram em um mesmo lar, a vida a dois exige ajustes. Especialistas recomendam comunicação clara, flexibilização de hábitos e até a busca de momentos alternativos de intimidade — seja pela manhã, nos fins de semana ou em horários adaptados à realidade do casal.
Afinal, como lembra Karin Emily, “quem realmente quer, encontra um caminho”.