Mesmo que não seja um nome comum no Brasil, Yaminah tem se tornado cada vez mais popular nas comunidades muçulmanas / Khabbab Abdelmaqsoud/Pexels
Continua depois da publicidade
Durante o batismo de uma criança, no Leblon, bairro nobre do Rio de Janeiro, os seus pais afirmaram que o padre recusou-se a pronunciar o nome dela: Yaminah. O caso chegou a gerar bastante polêmica, embora o padre tenha afirmado que disse o nome durante a celebração.
Mas qual a sua origem etimológica e o significado da palavra?
Continua depois da publicidade
O nome "Yaminah" vem do árabe e é derivado de "Yameen" (يمين), que significa "direita" ou "lado direito", aquele usado em juramentos e votos solenes.
Normalmente, na cultura do Oriente Médio, esse é um símbolo de bênção, boa sorte e força. Já o sufixo feminino -ah (ـة) transforma em Yamīnah (“aquela que é abençoada/afortunada").
Continua depois da publicidade
Segundo os principais dicionários árabes clássicos, como o Lisan al-Arab, de Ibn Manzour, o nome é registrado como "bem-aventurança" como primeiro significado do radical Y-M-N (ي-م-ن). Também associam o conceito às ideias de prosperidade e de retidão.
Mesmo que não seja um nome comum no Brasil, Yaminah tem se tornado cada vez mais popular nas comunidades muçulmanas internacionais. Já em línguas africanas, nomes semelhantes circulam por influência do islamismo, como Amina e Yamina.
De acordo com informações do G1, a mãe da criança comentou que o padre “chamou a minha sogra antes de começar o batismo e disse que não falaria o nome da nossa filha, porque não era um nome cristão (...) e estava ligado a um culto religioso”.
Continua depois da publicidade
Ao G1, o padre negou a acusação e disse que pronunciou o nome de Yaminah durante a cerimônia.
O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância como preconceito por raça, cor ou religião.
Assim como a moda e a linguagem, os nomes próprios também refletem as transformações culturais e sociais de cada época.
Continua depois da publicidade
E, na Argentina, um caso emblemático dessa mudança é o do nome Angustias, que não é registrado oficialmente há mais de 70 anos.