Cotidiano

Projeto de trem pode transformar viagem tradicional no interior paulista

O novo trem surge como alternativa para aliviar o trânsito, reduzir a dependência das rodovias e modernizar a mobilidade regional

Ana Clara Durazzo

Publicado em 29/12/2025 às 12:30

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O TIC Eixo Leste integra o plano estadual de modernização das ferrovias e deverá aproveitar parte da infraestrutura ferroviária já existente / ImageFX

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Um deslocamento que hoje leva mais de duas horas de carro entre São Paulo e São José dos Campos pode ser drasticamente encurtado nos próximos anos. O Governo do Estado de São Paulo avança nos estudos para implantar o Trem Intercidades (TIC) Eixo Leste, projeto que promete realizar o trajeto em cerca de 1 hora e 15 minutos, quase metade do tempo atual enfrentado por motoristas nas rodovias.

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Segundo estimativas do próprio governo, quem sai de São José dos Campos rumo à capital chega a gastar 2 horas e 8 minutos em condições normais de tráfego, principalmente pela Via Dutra. O novo trem surge como alternativa para aliviar o trânsito, reduzir a dependência das rodovias e modernizar a mobilidade regional.

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Projeto prevê uso da malha ferroviária existente

O TIC Eixo Leste integra o plano estadual de modernização das ferrovias e deverá aproveitar parte da infraestrutura ferroviária já existente, o que ajuda a reduzir custos e acelerar a implantação. A velocidade média estimada é de 104,5 km/h, com picos que podem chegar a 160 km/h, favorecidos por um traçado considerado pouco sinuoso.

De acordo com apresentações técnicas do governo paulista, o investimento previsto é de cerca de R$ 6 bilhões, dentro de um modelo de parceria público-privada (PPP). A expectativa é que o sistema impulsione o desenvolvimento do Vale do Paraíba, ampliando o fluxo de passageiros e fortalecendo a integração econômica entre a capital e o interior.

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Integração com metrô e trens metropolitanos

Um dos pilares do projeto é a integração do novo trem intercidades com a rede de transporte já existente na capital. As estações de partida ainda não foram definidas, mas os estudos consideram pontos estratégicos com conexão direta ao metrô e à CPTM, como Penha e Gabriela Mistral.

A estação Penha reúne as linhas 3-Vermelha e 11-Coral, além da futura conexão com a Linha 2-Verde. Já Gabriela Mistral deverá concentrar integrações com as linhas 2-Verde, 12-Safira e 13-Jade, esta última com acesso ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Três traçados estão em análise

O projeto avalia três alternativas principais de traçado, todas com foco em eficiência e conectividade:

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Linha 11-Coral (CPTM): Partida da Penha, seguindo até Mogi das Cruzes e, depois, utilizando a malha da MRS Logística até São José dos Campos. A convivência com trens de carga é apontada como um dos principais desafios.

Linha 12-Safira (CPTM): Considerada a opção de menor distância total, mas que exige obras de melhoria na infraestrutura existente. O trajeto partiria de Gabriela Mistral até Manoel Feio e seguiria para o Vale do Paraíba.

Linha 13-Jade (CPTM): Permite integração direta com o Aeroporto de Guarulhos. O trem sairia de Gabriela Mistral, seguiria pelo leito da Linha 13 e continuaria até São José dos Campos.

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A definição do traçado final dependerá de estudos técnicos detalhados, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que avaliam viabilidade operacional, custos e impactos urbanos.

Prazos e próximos passos

O cronograma preliminar prevê a realização de audiências públicas no fim de 2026. O edital, o leilão e a assinatura do contrato estão programados para 2027, abrindo caminho para a implantação do sistema ainda nesta década.

Se concretizado, o Trem Intercidades Eixo Leste poderá representar uma mudança histórica na mobilidade paulista, oferecendo uma alternativa rápida, integrada e sustentável para quem se desloca diariamente entre a capital e o Vale do Paraíba — e transformando um trajeto cansativo em uma viagem de pouco mais de uma hora.

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