Cotidiano
Os educadores alegam perdas salarias nos últimos anos e pedem a eliminação da contrapartida paga pelos servidores no vale refeição, vale alimentação e vale transporte
Outra pauta importante é a equiparação salarial para as professoras da Educação Infantil Um, que ganham atualmente 40% menos que os demais cargos da educação / Divulgação
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Em assembleia realizada na noite da última segunda-feira (5), os professores de Cubatão, liderados pelo Sindicato dos Professores Municipais de Cubatão (SindPMC), rejeitaram a nova contraproposta da Administração e deliberaram greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (6). A Administração tinha oferecido 5% e, agora, ofereceu 5,48% de reajuste.
Os professores querem 15%. O mesmo percentual do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Cubatão (Sispuc), que defende o restante do funcionalismo. O Sispuc quer auxílio alimentação de R$ 750,00 com redução para 3% a contrapartida do servidor, auxílio refeição de R$ 45,00 também com redução para 3% a parte do servidor, concessão da 13ª cesta e a redução para 3% a contrapartida do vale transporte.
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Os educadores alegam perdas salarias nos últimos anos e pedem a eliminação da contrapartida paga pelos servidores no vale refeição, vale alimentação e vale transporte, além de aumento do vale alimentação para R$ 851,82 (valor mínimo estipulado pelo DIEESE - janeiro de 2025).
Outra pauta importante é a equiparação salarial para as professoras da Educação Infantil Um, que ganham atualmente 40% menos que os demais cargos da educação. “Por esses e vários outros motivos, a categoria decidiu que a contraproposta não atende e que a greve está mantida", resume a presidente do Sindicato dos Professores, Paula D’Albuquerque.
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Aos professores, a Administração oferece ainda aumento do valor mensal do auxílio alimentação de R$ 420,00 para R$ 500,00; aumento do valor do auxílio refeição de R$ 34,74 para R$ 40,00.
Um estudo realizado pelo Departamento Jurídico do Sindicato dos Professores, com base nos dados orçamentários publicados pela Prefeitura, dão conta que a arrecadação municipal cresceu 88% nos últimos anos e o gasto com a folha de pagamento caiu 1%.
A projeção de crescimento da receita orçamentária para 2025 é de 8,55%. As perdas salarias, segundo o estudo, chegaram a 7,2% no governo Ademário Oliveira e 14,07 no governo Márcia Rosa.
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Em recente entrevista, o prefeito César Nascimento revelou que a Administração precisa pensar no futuro e de forma mais racional, justificando o índice oferecido. A Administração diz estar aberta ao entendimento.
“Acabamos de fechar três unidades aqui da Iara (empresa). São mais de 38 milhões a menos em impostos no nosso orçamento. Acabamos de receber que outras indústrias estão fechando. Recebemos uma notificação que uma outra talvez feche as portas e serão mais de 600 funcionários na rua e mais R$ 60 milhões a menos, ou seja, só essas duas indústrias vai dar quase R$ 100 milhões a menos no nosso orçamento”, lamenta.
Nascimento ainda está apreensivo com a proposta de Reforma Tributária que, a partir de 2027, o Imposto Sobre Serviço (ISS) deixará de ir direto para o Município.
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“Vai para o Estado e para a Federação e depois volta e esse retorno é que estamos estudando. Eu entendo e valorizo nossos servidores, mas eu não consigo dar um aumento maior. Então, a gente está indo com o pé no chão para que o nosso servidor não sofra nenhum tipo de dano futuro e também a nossa sociedade. Eu não posso parar hoje de fazer o investimento na Vila dos Pescadores, na Vila Esperança. Então, nós estamos buscando esse equilíbrio. Mas nós estamos também reajustando o vale-refeição e também reajustando a cesta básica”, finalizou.