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Educar, preparar para a vida e para o mercado de trabalho. Profissional que ensina a desenhar, que alfabetiza, que ensina a respeitar, a ter disciplina, a falar outras línguas, a refletir sobre o mundo. Profissional que forma outros profissionais. Este é o professor.
Com toda essa contribuição, o trabalho do educador é reconhecido? Para o professor João Carlos de Alencastro Guimarães, 84 anos, não. Há 41 anos ele espera por uma realização: uma estátua em homenagem aos colegas de profissão. “Quarenta anos é muito tempo. Mas não vamos levar 40 anos e sim, 500. Será que em 500 anos (desde a colonização do Brasil) não pensaram em erguer um monumento ao homem que forma essa nação? À mulher que forma essa nação? Ao homem que tem a testa franzida, mas um sorriso nos lábios”, declarou o professor Alencastro.
Como ex-secretário de Educação no governo do prefeito Sílvio Fernandes Lopes, nos anos 60, ele sugeriu ao prefeito que erguesse uma estátua-homenagem aos professores. A sugestão foi aceita e o prefeito encaminhou projeto de lei à Câmara Municipal, em outubro de 1965. Em 20 de dezembro daquele ano o prefeito sancionou a lei municipal 3.251 que autoriza o Poder Executivo a erguer o monumento. A gestão de Sílvio Fernandes Lopes estava no fim e até hoje nenhuma estátua foi dedicada aos educadores, em Santos.
Para o coordenador regional do Sindicato das Redes Oficiais de Ensino do Estado de São Paulo (APEOESP), professor Adenílson Custódio de Oliveira, o monumento seria uma forma de valorizar o educador. “Eu acho importante porque a profissão do magistério é a que forma profissionais de outras profissões. Então a nossa profissão deveria ser reconhecida por ser a propulsora das outras profissões. Uma homenagem seria bem vinda, principalmente neste período difícil de baixos salários, baixa auto-estima, com várias doenças ocupacionais. Isso seria importantíssimo para o professor”, afirmou.
Estudantes também vêem a homenagem como um lição de reconhecimento. “Sem o professor a gente não saberia nada na escola. O professor é tudo. Eles está lá para ensinar, sem ele a gente não aprenderia nada”, disse o estudante do 2º ano do Ensino Médio, Bruno Ribeiro. A estudante da 6a série do Ensino Fundamental, Jéssica de Oliveira Gabriel, concorda com a homenagem. “Eu acho que o professor merece ter uma estátua em sua homenagem porque ele prepara a gente para a prova, para o vestibular, para a vida”.
Ao ser informado sobre a lei municipal 3.251/65, pela nossa equipe de reportagem, o prefeito João Paulo Tavares Papa se comprometeu a erguer a estátua em homenagem ao professor e informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai tomar as providências necessárias para a viabilização do monumento.
O professor Alencastro disse que uma Cidade que já dedicou monumentos a muitas pessoas que contribuíram e contribuem para o seu progresso está em falta com o professor. “O pescador é humilde como o professor, mas ele tem o seu monumento, e há uma diferença grande entre os dois: um alimenta o corpo e o outro alimenta a alma e ensina a alimentar o corpo também”.
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