05 de Maio de 2024 • 23:22
Viagem nas férias de julho, só se for de ônibus. O caos aéreo também afetou as agências de viagens e turismo da Baixada Santista. Nas empresas consultadas por nossa reportagem, a procura por passagens aéreas caiu até 40%, no primeiro semestre deste ano.
O diretor de uma agência de viagens de Santos, Francisco José Ribeiro, disse que a procura por passagens aéreas caiu 35% a partir de janeiro e que os cancelamentos cresceram 10%. “As pessoas estão com receio de comprar as passagens e enfrentar transtornos nos aeroportos”.
Segundo Ribeiro, “a queda foi alta tanto nos pacotes turísticos como nos vôos regulares” e afirmou que as “vendas para o mês de julho foram bem fracas. Geralmente as pessoas começam a fechar os pacotes no final de maio, mês de junho, e este ano foi bem fraco”.
Contudo, Ribeiro disse que a crise favoreceu as vendas de pacotes de cruzeiros marítimos que subiram cerca de 70% este ano. Os pacotes rodoviários também registraram alta de 10%, embora sejam pouco procurados, de acordo com o empresário.
Em outra agência de Santos, a situação é a mesma. A gerente, Simone Soares de Melo, afirmou que “desde o mês de março houve queda de 40% nas vendas de passagens de avião, devido aos atrasos nos aeroportos”.
Porém, Simone disse que as perdas não afetaram tanto o faturamento da agência. “A procura por cruzeiros aumentou 60%, o que acabou compensando, equilibrando a receita”.
De acordo com Simone, não houve cancelamentos de passagens em sua agência, mas salientou que muitos clientes ligaram para pedir informações sobre os atrasos. “Nós também chegamos a consultar as companhias e os aeroportos, mas também não conseguíamos obter as informações”.
Simone disse que algumas operadoras estão oferecendo desconto de 50% ou até a gratuidade na passagem do acompanhante para não perder os clientes. O empresário Fernando Ozores também registrou queda nas vendas de passagens aéreas no primeiro semestre. “Os pacotes aéreos para o nordeste caíram 30% em relação ao mesmo período do ano passado”, estimou o agente.
Porém, Ozores afirmou que a baixa na procura por pacotes aéreos não influenciou no crescimento das vendas de cruzeiros que é o carro-chefe de sua agência. “Acredito que a procura por cruzeiros marítimos tenha crescido em razão da baixa do dólar”, disse ele.
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