Cotidiano
Resgate mobilizou técnicos e moradores no município, mas acabou com críticas à atuação oficial e morte do animal
A baleia-jubarte de sete metros que encalhou em Peruíbe não resistiu e morreu / Gemany Caetano/Arquivo Pessoal
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Moradores da Barra do Una demonstraram insatisfação com os procedimentos adotados por órgãos competentes durante a tentativa de resgate da baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) que encalhou viva na madrugada de sexta-feira (4), naquela praia de Peruíbe. As críticas foram amplamente divulgadas por meio de postagens nas redes sociais.
A operação de desencalhe contou com equipes do Instituto Biopesca, Prefeitura de Peruíbe, Estação Ecológica Juréia-Itatins, Guarda Civil Municipal (GCM), Polícia Ambiental e moradores locais.
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As principais queixas foram direcionadas ao Instituto Biopesca. Segundo os relatos, os profissionais teriam adotado uma postura passiva, enquanto moradores se mobilizaram, mesmo sem equipamentos e enfrentando o frio, para tentar devolver o animal ao mar.
Vale lembrar que o Instituto Biopesca é reconhecido por sua atuação técnica e científica em todo o litoral paulista, promovendo ainda ações de conscientização e educação ambiental em diversas cidades.
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“A baleia encalhou aqui na praia. O pessoal da Biopesca foi acionado e passou o dia todo apenas observando, sem tomar atitude alguma. Eles até queriam sacrificar o animal. A comunidade, no final do dia, se reuniu e, apesar do frio, entrou na água e devolveu o filhote para o mar.”
“O pessoal do Biopesca está lá cortando a baleia que deveria ser salva. A comunidade da Barra do Una tentou fazer, sem recursos, o que os órgãos do governo deveriam fazer. Se houver uma próxima vez, não chamaremos ninguém; a comunidade resolve.”
“Recado para o Biopesca: o não tentar é mais omisso do que fazer errado. Vocês queriam dar injeção letal ao filhote — graças a uma moradora, isso não foi feito, e ela teve mais uma chance. Infelizmente, não conseguiu. Morreu lutando para viver.”
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A baleia chegou a retornar ao mar ainda na sexta-feira (4), mas não resistiu. No sábado (5), foi encontrada morta na Praia do Una, que fica próxima à Barra do Una.
Moradores afirmam que, após a morte, técnicos do Instituto Biopesca teriam aberto o animal para coleta de amostras e deixado a carcaça exposta à ação do tempo.
"A Prefeitura de Peruíbe, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura, informa que esteve na Barra do Una com a equipe da Defesa Civil para auxiliar no desencalhe da baleia-jubarte, que media cerca de 7 metros. Diversas tentativas foram feitas, mas os técnicos do Biopesca orientaram a aguardar a maré alta. A Prefeitura disponibilizou equipe e equipamentos para apoio."
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"A equipe do Instituto Biopesca que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), estruturado pela Petrobras para condicionante ambiental, monitorou uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) viva que encalhou na madrugada da última sexta-feira (04/07) na praia da Barra do Una, em Peruíbe (SP). O animal era um macho juvenil e tinha aproximadamente sete metros de comprimento.
A baleia encalhou em um local com muitos bancos de areia, condição que dificultou seus movimentos e as primeiras tentativas de desencalhe. Além disso, a maré baixa não favoreceu a operação, que levou pelo menos 13 horas para ser concluída. Por volta das 18h30, a equipe do Instituto Biopesca e a população local conseguiram desencalhar a baleia, que nadou em direção ao alto-mar, mas encalhou novamente na praia do Una na manhã do sábado (05/07), já sem vida. Essa praia é próxima à da Barra do Una.
A equipe do Biopesca realizou a necropsia da baleia na praia a fim de colher amostras biológicas para análise e investigação da causa de sua morte, porém as condições geográficas e ambientais onde o animal encalhou sem vida dificultaram que ele fosse retirada do local no mesmo dia. A carcaça foi destinada pela Fundação Florestal Juréia-Itatins. Toda a operação teve o apoio da Prefeitura Municipal de Peruíbe, do Parque Estadual Juréia-Itatins da Fundação Florestal, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar Ambiental e empresa ETC - Locação de Equipamentos.
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Nesta época do ano, as jubartes percorrem grandes distâncias, partindo das águas geladas dos mares antárticos para as águas mais quentes do Brasil, para cuidarem dos seus filhotes. Nessas longas viagens, alguns animais podem ficar debilitados e adoecerem, principalmente os juvenis e, assim, acabam encalhando nas praias, muitas vezes já sem vida.
O Instituto Biopesca é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Biopesca monitora o Trecho 8, compreendido entre Peruíbe e Praia Grande.
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Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos, mas debilitados, ou mortos, entre em contato pelo telefone 0800 642 3341 (horário comercial).
Para mais informações, acesse www.comunicabaciadesantos.com.br."